Fintechs de Câmbio: a pioneira Transferwise

Você já precisou enviar dinheiro para o exterior? Se já você com certeza sabe que isso costuma ser um processo chato e caro. Os grandes bancos normalmente cobram altas taxas, ou mesmo escondem estas, cobrando dentro da própria taxa de câmbio.

É um cenário de mercado concentrado e com barreiras à entrada. O resultado só podiam ser preços mais altos. Também é um cenário perfeito para a entrada de fintechs. Hoje vou falar da mais internacional e mais famosa fintech de câmbio, a Transferwise!

O que é ela afinal?

A Transferwise é um fintech lançada em 2011 por dois estonianos que tinham suas vidas divididas entre o Reino Unido e a Estônia. Eles notaram que estavam deixando muito dinheiro em taxas com os bancos locais e pensaram em uma solução para este problema.

Hoje eles atuam com mais de 30 moedas no mundo inteiro e possuem vários investidores. Dentre eles estão Richard Branson (fundador do grupo Virgin) e um dos fundos controlados por Peter Thiel (um dos fundadores do PayPal).

E como funciona?

A ideia por trás da Transferwise é simples, porém genial. Até eles entrarem no mercado, os bancos normalmente realizavam as transações entre os países efetivamente. Ou seja, enviavam o dinheiro para outro país ou usavam de algum método similar.

Com a entrada da fintech, tudo mudou. Eles viram que não era necessário todo esse trabalho. As transações poderiam ser balanceadas dentro de cada país no final de um certo período de tempo.

Veja o seguinte exemplo: eu, daqui do Brasil, preciso enviar 500 dólares para meu primo vivendo em Miami. Ao mesmo tempo alguma outra pessoa desconhecida, o José, que mora em Nova Iorque, precisa enviar 500 dólares para sua tia que mora em Juiz de Fora.

O que a Transferwise faz é exatamente essa intermediação. Ela faz o equivalente a “entregar” os meus 500 dólares para a tia de Juiz de Fora, enquanto que o meu primo em Miami recebe os 500 dólares do José. Nenhum dinheiro atravessou fronteiras, mas todas as transações foram realizadas.

Simples assim?

Pois é, é realmente muito simples. Isso tudo é possível pois a fintech possui contas em diversos bancos ao redor do mundo. Ou seja, ela não é um banco, ela somente faz uma intermediação de fluxos de capitais.

Atualmente eles já são bem grandes. Aqui no Brasil por enquanto, as transferências podem ser feitas somente por pagamento de um boleto. Elas podem ser feitas para qualquer pessoa física nos países em que eles operam.

Infelizmente, algumas opções ainda não estão disponíveis por aqui, como por exemplo, a possibilidade de transferir dinheiro de/para empresas. Assim como o pagamento por cartão de débito/crédito. Ficamos na torcida por sua expansão.

Mas como a Transferwise ganha dinheiro?

Como nenhuma transação entre países é feita eles podem economizar muito em taxas. No site eles argumentam ser possível economizar até 90%. Desta forma, eles podem cobrar apenas uma pequena taxa, que fica sempre a mostra na hora da transferência.

Eles também incluem todos os custos (como IOF aqui no Brasil) dentro da taxa, o que permite a eles mostrar a taxa efetiva de câmbio pelo o qual você vai estar fazendo a transferência.

Como forma de comparação, eles ainda colocam os links no site deles para você comparar a taxa de câmbio deles com a de mercado. De fato, os spreads são bem baixos.

Somente eles operam desta forma?

Com certeza não. Com o seu sucesso várias outras fintechs estão surgindo para pegar uma parte deste mercado. Aqui no Brasil, por exemplo, temos algumas fintechs de câmbio.

A maioria delas (como MeuCambio, melhorcambio.com e Bidollar) atua de uma forma diferente. Ao invés de realizar de fato a remessa, ela ajuda você a encontrar a melhor casa de câmbio para comprar a moeda em espécie.

Entretanto, existem fintechs por aqui com a mesma pegada da Transferwise. Uma delas é a Remessa Online, uma plataforma da Bee Câmbio. O funcionamento é bem similar, tendo somente que enviar alguns documentos na primeira remessa a ser feita.

Mas é seguro mesmo?

Sim! Lá no Juros Baixos fizemos um teste explicando passo-a-passo como funciona. Entretanto milhares de pessoas usam o Transferwise em todo o mundo. Além disso, a Remessa Online é um correspondente cambial autorizado pelo Banco Central do Brasil. Enquanto que a Transferwise atua em parceria com entidade financeira brasileira autorizada pelo BACEN.

Este é somente mais um exemplo de como as fintechs vêm atuando em mercados antes dominados somente por bancos. Esperamos, torcemos e estamos trabalhando para que cada vez mais fintechs possam se desenvolver, aumentando a produtividade, abaixando custos e melhorando a vida financeira das pessoas.

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