Comissão de Valores Mobiliários cria CVMTech para estudar impacto das tendências tecnológicas no mercado de capitais

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou como parte das atividades do planejamento estratégico a criação do projeto CVMTech, que tem como objetivo estudar tendências tecnológicas que poderão impactar o mercado de capitais nos próximos anos.

O comunicado emitido pelo órgão explica que a iniciativa se fortaleceu a partir de outros projetos internos em andamento desde 2016, como a criação do Núcleo de Inovação em Tecnologias Financeiras (FinTech Hub) e o acordo de cooperação técnica para o intercâmbio de informações, bases de dados e conhecimentos, realizado entre a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Tribunal de Contas da União (TCU), que servirá em um primeiro momento para o fortalecimento de monitoramento de casos de uso de informação privilegiada (insider trading).

“ A intensão é saber como se preparar para absorver tais iniciativas sob o ponto de vista regulatório, de processos internos, serviços prestados e capital humano adequado”, comenta Leonardo Pereira, presidente da CVM.

Ações de organismos internacionais, como a IOSCO, também serviram de apoio, pois vêm intensificando o debate sobre o tema, inclusive em grupos de trabalho específicos para tratar tanto de oportunidades quanto de riscos provenientes da incorporação de novas tecnologias pelos reguladores.

Leonardo Pereira explica que o CVMTech é estratégico para a CVM. “ O projeto nos promoverá visão de futuro sobre as transformações tecnológicas que poderão impactar o nosso negócio e recursos para definir prioridades internas, a fim de obtermos resultados efetivos a tais cenários, ” diz.

A autarquia informa que foi criado grupo estratégico para atuar diretamente no CVMTech. Este colegiado realizará debates e conversas com agentes de mercado e entidades representativas. A atividade auxiliará na construção de visão compartilhada, que atenda tanto aos anseios dos participantes quanto à CVM, no âmbito de seu mandato legal.

Ainda será elaborada consulta ao público em geral, a fim de colher impressões individualizadas e de especialistas que queiram contribuir com a iniciativa. A conclusão dos trabalhos está prevista para março de 2018.