Relatório do Senado aponta fintechs como armas para reduzir spread bancário

Ao apresentar ontem (4) o relatório “Inovação e Competição: novos caminhos para redução dos spreads bancários“, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o senador Armando Monteiro (PTB-PE) disse que o aumento da concorrência, a maior velocidade nas transações e a redução dos custos operacionais e administrativos são vantagens que jogarão a favor dos consumidores à medida que avançar a tecnologia no setor financeiro.

Segundo o parlamentar, neste contexto ganha relevância o papel das Fintechs que oferecem serviços financeiros específicos baseados no ambiente virtual, sem contar com as estruturas bancárias tradicionais.

A reportagem publicada pelo Portal de Notícias do Senado explica que o  spread é a diferença entre a remuneração paga pelo banco para captar um recurso e o quanto esse mesmo banco cobra para emprestar esse dinheiro. Nesta relação o Brasil apresenta um dos níveis mais altos do mundo. As instituições jogam a culpa no alto índice de inadimplência, na pesada carga tributária e nas elevadas despesas administrativas existentes no Brasil.

No relatório, Armando Monteiro diz que as fintechs criam novos modelos de negócio em áreas como conta corrente, cartões de crédito e débito, empréstimos, pagamentos, investimentos, seguros e criptomoedas. “Muitas vezes não possuem custo de capital tão grande como os bancos tradicionais e apresentam um modelo de negócios baseado em custos fixos menores, com estrutura centrada no contato virtual com os clientes, o que abre espaço para a prática de taxas de juros mais competitivas”

O relatório aprovado pela CAE apresenta ainda uma série de sugestões aos órgãos governamentais e ao próprio Parlamento. O senador cobrou, por exemplo, a aprovação da Lei do Cadastro Positivo (PLS 212/2017), que já passou pelo Senado e está na Câmara dos Deputados.

“Essa proposição pode contribuir para uma redução expressiva do spread bancário, ao permitir que Fintechs tenham acesso a informações bancárias que atualmente são monopólio dos grandes bancos, e desta forma possam oferecer condições de crédito mais vantajosas” observou.

O documento aprovado pela CAE é fruto de um grupo de trabalho criado na comissão para tratar reformas microeconômicas que afetam a melhoria do ambiente de negócios no país.