Fintech Versi acumula R$200 milhões com funding para mais de 60 empreendimentos

De olho no mercado da construção civil e na dificuldade que as incorporadoras do setor encontram entre o início das obras e o financiamento federal por meio da Caixa, a real estate fintech Versi, nascida em Joinville (SC), se especializou em funding e outras soluções para empresas de pequeno e médio porte que desejam atuar nesse segmento econômico. A startup já tem R$200 milhões investidos em mais de 60 empreendimentos pelo Brasil.

É o caso da Longitude, incorporadora com sede em Indaiatuba (SP) que atua no segmento popular e já lançou 32 empreendimentos no Estado de São Paulo. A empresa conta com o funding da Versi em 24 edifícios — sete deles já entregues aos moradores — que representam 6,7 mil unidades residenciais no estado, com Valor Geral de Vendas (VGV) que chega a R$1,4 bilhões.

“O funding supriu uma lacuna muito importante no nosso ciclo de negócios, investindo nos empreendimentos em um momento importante que o principal agente financiador, que é Caixa, ainda não entrou no negócio. Nesse momento, existe uma exposição de caixa natural inicial nos empreendimentos, e a Versi preenche essa lacuna propiciando fôlego ao empreendimento até a contratação com a Caixa e atingimento da maturidade econômica do imóvel”, explica Guilherme Bonini, co-CEO da Longitude.

Com contratos desde 2020, a Versi é uma das principais parceiras da empresa e já aportou R$68 milhões que viabilizaram empreendimentos que somam R$1,4 bilhões de VGV, tendo pela frente mais R$15 milhões para viabilizar mais R$300 milhões de VGV. Com esse incremento no fluxo de caixa viabilizando que mais empreendimentos saiam do papel, a incorporadora estima ter fechado 2024 com um crescimento de 20% no faturamento, mantendo o ritmo alto após saltar 30% em 2023.

Segundo a fintech, os números refletem um bom momento do segmento como um todo, que projeta um 2025 aquecido com mais incentivos para o programa Minha Casa Minha Vida, que é o principal motor do segmento de moradias populares no Brasil.

Paralelamente, a alta na taxa Selic afeta negativamente o mercado ao reduzir a captação de recursos via poupança, o que atinge a capacidade de financiamento e faz com que incorporadoras busquem alternativas que possibilitem projetos. Nesse cenário, a Versi projeta uma demanda crescente por financiamentos e recentemente captou mais R$50 milhões por meio de uma operação com CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) no projeto de alcançar, nos próximos três anos, o montante de R$450 milhões sob gestão e ampliar o número de empreendimentos viabilizados.

“Nosso principal objetivo em parcerias com incorporadoras como a Longitude vai além do funding. Buscamos estabelecer uma parceria de longa duração, completando ciclos de investimentos em vários empreendimentos e aprimorando as boas práticas de mercado. Hoje nós temos a possibilidade de acelerar projetos de diferentes tamanhos e prazos, impulsionando negócios e gerando impacto positivo no mercado imobiliário a partir de oportunidades que identificamos em um segmento em ampla expansão”, explica o CEO da Versi, Ebran Theilacker.