Ressaca Financeira: vale a pena pegar empréstimo no início do ano?

dividas de inicio de ano

Segundo dados do IBGE para o último trimestre de 2016, metade da população ocupada (cerca de 45 milhões) não trabalha como empregado formal ou servidor público. Além disso, é claro, o país ainda conta com 12 milhões de desempregados. Nessa população temos empreendedores, trabalhadores informais, e mais uma série de pessoas que não conta com um 13º salário em dezembro para aliviar as contas de ano novo. 

O estímulo voraz ao consumo de fim de ano e os impostos, por sua vez, não perdoam ninguém. Presentes, festas, viagens, sol, carnaval, futebol, IPTU, IPVA, material escolar – e, é claro, muito otimismo –   fazem parte do cotidiano de várias famílias brasileiras. Seja a sua família controlada ou não, a turbulência dessa época é inevitável.

Se você tem acesso a cartão de crédito e cheque especial então, a pergunta é certeira: Como fazer para o mês de março não ser uma grande ressaca financeira? Como fugir das ciladas de consumo e do crédito?

Vale a pena pegar um empréstimo?

A resposta é: depende. E é isso que você vai conhecer nesse post.

O viés do otimismo

Ser otimista é normal, e viver a vida sob uma nuvem de pessimismo não parece ajudar em muita coisa. Porém, o otimismo excessivo pode nos cegar diante das decisões de crédito e consumo.

O assunto é tão relevante que mesmo a nossa Comissão de Valores Mobiliários – órgão regulador no mercado de capitais – dedica esforços a entender os vícios que afetam os cotidiano dos poupadores.

Na série CVM Comportamental (que aliás, vale muito a leitura) o viés do otimismo é definido como  a tendência a superestimar a probabilidade de eventos positivos e a subestimar o risco de ocorrerem eventos negativos.

“A única coisa que sabemos sobre imprevistos, ou mesmo eventos extremos e raros, é que eles acontecem de tempos em tempos. Ainda assim, há quem assuma obrigações de pagamento que comprometem toda a sua renda, sem levar em conta o risco de adversidades. Ao agir desse modo, a pessoa pode, inadvertidamente, estar colocando a si mesma e quem dela depende em situação de fragilidade financeira.”

O ponto especial sobre as despesas de início de ano é acharmos que, apertando um pouquinho aqui e ali, conseguiremos dar conta normalmente desses gastos extras. Porém, quando percebemos que as contas não fecham, apelamos para o cartão de crédito e cheque especial.

O problema disso tudo é: crédito de emergência é caro, e assim começa a bola de neve que você terá de carregar ao longo do ano.

Algumas soluções:

  • Reconhecer que o otimismo é algo normal, e que isso pode te atrapalhar a pensar racionalmente.
  • Saber quanto você vai gastar, quanto que você vai ganhar e quanto você vai precisar de empréstimo.

E pra colocar os pés no chão da sua realidade financeira, só uma coisa vai te salvar: fazer seu orçamento.

Orçamento

É isso que vai te colocar em contato com a realidade. Muita gente faz em planilha de excel, mas outro tanto de gente odeia computador e prefere folha de papel. A verdade é que não importa muito onde você faça, o que importa mesmo é que seja feito. E pra isso, não tem mistério:

  • Anote tudo que vai ganhar
  • Anote tudo o que vai gastar
  • Subtraia Ganhos – Gastos

Não sabe com o que gasta? Alguns aplicativos de gerenciamento financeiro podem ajudar (ex.: GuiaBolso, Planejei, Vaisobrar, Grana). Outra coisa que vai resolver esse problema é você, por um mês (ou por uns dias) anotar num caderninho TUDO o que gasta. Tudo, qualquer coisa.

Isso vai te dar uma noção muito boa dos seus hábitos e estancar possíveis vazamentos na sua conta (e você vai inclusive descobrir coisas incríveis sobre você). Faça o teste!

3 perguntas para um consumo consciente

Planejamento é importantíssimo, mas a hora da ação também é crucial. É justamente no calor do momento que os impulsos e vícios podem ser o gatilho para futuras dores de cabeça.

Então leve aqui essa regra de bolso. Antes de comprar, pare e respire. Agora se pergunte:

  • Quero mesmo isso?
  • Posso comprar isso?
  • Preciso comprar agora?

A primeira pergunta tem a ver com o impulso. Às vezes a compra nem vai te fazer feliz assim, e você só estava mesmo era tentado por uma jogada de marketing.

Querer ou merecer não é poder. Não no consumo. Se você não pode comprar algo, certamente vai achar um jeito criativo de substituir por um equivalente ou poupar para a compra.

A terceira pergunta vem do valor do dinheiro ao longo do tempo. Se você pode postergar o consumo, isso significa que poderá investir o dinheiro e conseguir comprar mais no futuro (pelo simples fato de ter um pouco mais de paciência).

Empréstimo é uma saída?

Depende.

Dê uma olhada nas taxas de juros médias (ao ano) dos principais tipos de crédito à pessoa física:

  • Cartão de Crédito Rotativo: 484,6%
  • Cheque Especial: 328,6%
  • Cartão de Crédito Parcelado: 153,8%
  • Crédito Pessoal Não Consignado: 139,4%
  • Crédito Pessoal Consignado: 29,3%
  • Microcrédito: 28,7%
  • Financiamento de Veículos: 25,7%
  • Financiamento de Imóveis: 13,4%
  • Crédito Rural: 11,3%

Ou seja, fuja do cartão de crédito e cheque especial!

Se você, após analisar com calma o seu orçamento, ver que precisa de um empréstimo, não deixe a necessidade cair em cima da hora. Faça com calma, e contrate um empréstimo pessoal.

Dentro do universo do empréstimo pessoal (não consignado), existe ainda uma infinidade de opções. Em particular, colocar um carro ou imóvel em garantia de um empréstimo pode baratear muito as taxas de juros. Outras opções – como algumas fintechs de crédito online – também podem oferecer taxas mais baixas do que os bancos tradicionais.

Pesquise os preços

Pesquisar os preços é fundamental, tanto na hora de comprar um bem de consumo quanto contratar serviços financeiros. Nesse último quesito, os bancos tradicionais onde você mantém sua conta corrente, quase sempre, não são a opção mais barata.

Com o cenário de emergência das fintechs, a concorrência está vindo forte, tanto em termos de preços (ou seja, taxa de juros) como comodidade (de não ter de sair de casa ou ter uma análise de risco de crédito na mesma hora).

Para facilitar a sua busca, tanto para comprar um bem quanto para pegar um empréstimo, faça sempre uma pesquisa em algum desses sites:

Empréstimos e Financiamentos: Juros Baixos

Bens de Consumo: Bondfaro, Buscapé, Google Shopping, Zoom  

Viagens: Voopter, Decolar

Hábitos podem ser mudados!

O ponto crucial da educação financeira é conseguir transformar a educação em hábito. Se você quer mudar seus hábitos financeiros, se esforce para criar rotinas novas, trace metas, e se dê recompensas.

Já estamos em abril mas ainda há tempo! 2017 pode ser o ano de revolucionar a sua saúde financeira!