Em matéria publicada hoje (17) em seu portal de notícias, o Banco Central informa que o aumento da competitividade no mercado de credenciamento e prestação de serviços de cartões vem provocando a diminuição dos custos para os lojistas. O texto afirma que no quarto trimestre de 2016 houve uma redução de cerca de 8%, por exemplo, na taxa de desconto média das transações com cartão de crédito, em relação ao quarto trimestre de 2015. A taxa média atual cobrada de comerciantes ou prestadores de serviços toda vez que eles recebem um pagamento por cartão de débito ou crédito é de 2,53%.
A informação se baseia no estudo Estatísticas de Pagamentos de Varejo e de Cartões no Brasil, publicadas pelo BC na semana passada. O chefe do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban) do Banco Central., Flávio Túlio Vilela, lembra que em 2008, existiam apenas quatro credenciadores no país. “Hoje, esse número já está em 13. Esse movimento de abertura do mercado está acontecendo, em boa medida, em resposta à atuação dos órgãos reguladores, dando uma indicação de que a regulação sobre o setor está caminhando na direção certa”, avalia.
Segundo Flávio Túlio, desde a abertura do mercado, em 2010, a participação dos dois maiores agentes no credenciamento de cartões caiu cerca de 10 pontos percentuais, considerando-se o valor das transações. Nesse mesmo período, a taxa de desconto média sobre as transações com cartões de crédito e de débito caiu 14% e 6%, respectivamente.
“Essa dinâmica ocorre justamente pelo aumento da concorrência, que cria melhores condições de negociação. A redução do percentual sobre o valor da compra que o estabelecimento comercial paga ao credenciador pode ter um reflexo positivo nos preços finais cobrados dos consumidores”, afirma.
O BC acredita que em 2017 o grau de competição na indústria de cartões de pagamento deve aumentar ainda mais, com a determinação de que, até o fim de março, os arranjos de pagamento estivessem aptos a abrir participação nas atividades de emissão, de credenciamento e de prestação de serviços de rede (captura de transações por intermédio, por exemplo, das maquininhas de cartão). Além disso, até setembro, os arranjo deverão ainda implementar a liquidação centralizada das transações.