A RTM, provedora de serviços para integração do mercado financeiro, realizou, na semana passada, com o apoio da Accenture, a 3ª edição da Conferência Blockchain, reunindo em São Paulo mais de 120 pessoas entre gestores de TI e Telecom, autoridades e parceiros. O evento é uma iniciativa do programa de inovação Conecta RTM, lançado em 2016, para proporcionar um ambiente criativo para colaboração e troca de ideias através de um ecossistema cooperativo, gerando inovação e soluções.
Um dos temas de maior destaque entre as discussões foi a necessidade de elevar o nível das discussões para que blockchain saia do reduto das áreas de inovação das empresas e entre nos negócios, ficando entre as prioridades.
“A tecnologia está, de certa maneira, resolvida. O problema é o mindset. Criar mindset e mão de obra necessária para isto é essencial, senão vamos ter um gargalo”, apontou Cassio Sergio Damasceno, gerente de Negócios da CIP.
Além dele, participaram quatro palestrantes: George Marcel Smetana, especialista de Inovação do Banco Bradesco; Marcelo Yared, chefe do Departamento de Tecnologia do Banco Central; Jochen Mielke de Lima, diretor de Sistemas da B3; e Luiz Jeronymo, diretor de Soluções para Clientes da R3 CEV.
Guilherme Horn, diretor de inovação da Accenture, que liderou um debate entre os especialistas lembrou ter participado das edições anteriores do evento. Segundo ele, na edição de 2016, a tônica foi a necessidade, ainda existente, de consenso entre empresas que, historicamente, tiveram dificuldade em colaborar, mas que blockchain estava permitindo a aproximação e o trabalho em conjunto. Já, em 2017, a questão passou para os desafios da tecnologia em si. Para o futuro, o consenso parece apontar para a formação de mão de obra qualificada para trabalhar com blockchain.
“A mensagem para 2019 vai ser a profissionalização. O pragmatismo está tomando conta, já passamos pela hype e estamos saindo do vale da desilusão”, disse Jochen Mielke de Lima, da B3.
A Accenture contabiliza 200 provas de conceito ligadas a blockchain, realizadas em diferentes mercados e em diferentes partes do mundo. “Não me lembro de ter acontecido com outra tecnologia de o CIO chegar e falar: ‘quero usar blockchain, me ajude’”, finalizou Guilherme Horn.