Ao apresentar um balanço de seu programa de aceleração ontem (7), a Visa do Brasil informou que 237 empresas se inscreveram na iniciativa em 2018, o que representa aproximadamente a metade das statups financeiras existentes hoje no país, segundo o Radar FintechLab. Além do volume de participação, a empresa comemora o fato de que entre as selecionadas na primeira etapa do Programa, 50% já realizou negócios ou está em negociação com a Visa e parceiros da empresa, como emissores, estabelecimentos comerciais e credenciadores.
“Este é um dos principais indicadores que analisamos, pois mostra a nossa capacidade de absorver e ofertar ao mercado as soluções criadas por esses empreendedores”, afirma Percival Jatobá, vice-presidente de Produtos, Soluções e Inovação da Visa do Brasil.
Um exemplo dessas sinergias foi a parceria firmada entre a Celcoin, cuja solução transforma o smartphone em um terminal para recebimento de contas e outros serviços, com a empresa BPP (especializada em meios de pagamento). Com a parceria firmada, os clientes da Celcoin, também chamados de agentes, passaram a utilizar o saldo resultante do bônus recebido por meio do aplicativo da startup, para complementar o orçamento e realizar compras com o cartão da BPP em milhões de estabelecimentos comerciais que aceitam Visa.
“Essa relação foi reforçada pelo Programa de Aceleração Visa e, com isso, demos mais um passo importante em direção à inclusão e à democratização do acesso aos serviços financeiros”, diz Marcelo França, CEO da Celcoin.
A Visa informa que 28 fintechs foram selecionadas e aceleradas por períodos de até quatro meses. E dez delas cumpriram parte do programa no Vale do Silício, nos Estados Unidos.
“A busca por inovação sempre esteve em nosso DNA. Agora, podemos dizer que o relacionamento com este novo ecossistema empreendedor de startups também é um dos nossos pontos fortes”, diz Jatobá. Ao longo de 2018 foram feitas mais de 370 mentorias. Os times receberam até 18h de treinamento específico para os pitches. Além disso, as dez startups que foram ao Vale do Silício tiveram mais 80 atividades entre mentorias, visitas a grandes empresas e encontros com fundos de venture capital e outros investidores.
A dificuldade para fazer negócio com grandes empresas, que não têm maturidade para absorver inovações na área financeira, para quase um quinto (18,4%) dos empreendedores de fintechs no país, é o principal entrave ao crescimento de seus negócios. O dado faz parte do Mapa das Fintechs Brasileiras, elaborado e publicado pela Visa em novembro deste ano. O estudo também constatou que 80% das fintechs faturaram menos de R$ 500 mil nos últimos 12 meses.