A Neurotech, empresa especializada no uso de Inteligência Artificial, acaba de informar que está rodando com sucesso testes de um novo produto que refina e amplia a capacidade de análise de pessoas e empresas para a concessão de crédito. Batizada de Neurolake, a solução tem conseguido impactos que aumentam as margens dos clientes em até 20%, segundo o diretor de Produtos e Gestão de Clientes da companhia, Breno Costa.
O executivo explica que o novo sistema complementa as práticas de análise e aprovação de crédito das organizações, customizando os modelos de credit score e combinando as análises tradicionais, tanto internas quanto as fornecidas pelos birôs de crédito com as novas informações fornecidas pelo novo produto. Com isso, a análise de risco resulta do uso de cerca de 15 mil variáveis captadas por milhares de robôs que coletam cerca de 300 milhões de informações abertas todos os meses.
Os testes estão em curso desde o terceiro trimestre do ano passado junto a cinco clientes da Neurotech, incluindo alguns dos maiores conglomerados bancários do País e uma das principais redes varejistas nacionais. Atualmente, a empresa atende mais de 40 instituições financeiras e cerca de 100 redes varejistas.
“O Neurolake vai mudar a forma de o mercado analisar, aprovar e conceder crédito”, sustenta Costa. “A primeira onda foi marcada pelo uso de informação cadastral, nos anos 90. Depois vieram os birôs de crédito e as ferramentas de credit score de mercado. O Neurolake será a terceira onda, que vai complementar e potencializar as outras duas”, afirma.
Além de reduzir riscos e potencializar resultados, a solução também agiliza o processo. A consulta é realizada de forma automática e demora menos de um segundo. Outra inovação da Neurotech propicia a avaliação de risco de crédito em segundos para a concessão de cartão via aplicativo. Depois de se cadastrar, caso o consumidor seja aprovado, ele pode escolher a loja em que irá retirar seu cartão.
Estudo da Federação Brasileira de Bancos com a consultoria Accenture indica que um dos motivos de o custo do crédito ser tão alto no Brasil e a oferta ser limitada reside nas “ineficiências na qualidade e disponibilidade de informações de crédito”, salientando que os birôs de crédito, no Brasil, cobrem não mais do que 79% da população adulta em comparação a 100% nos países desenvolvidos.