A Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD) divulgou ontem (18) a informação de que o volume de crédito concedido pelas fintechs vem aumentando 300% ao ano. Segundo a instituição, o país tem atualmente entre 80 e 100 empresas de crédito online que oferecem ao consumidor, em poucas etapas, empréstimos pela internet a taxas de juros menores em comparação com as instituições financeiras tradicionais.
O texto publicado pelo portal Terra diz que o mercado das fintechs de crédito prevê excepcional crescimento neste ano, com forte diversificação dos serviços e produtos oferecidos, mesmo se comparado ao bom desempenho de 2018.
O otimismo com 2019 diz respeito principalmente a medidas regulatórias que fortalecem as fintechs de crédito e tornam sua atuação independente – sem depender de um banco para atuar. Desde abril do ano passado, as fintechs de crédito, por meio da resolução 4.656 do Banco Central, foram autorizadas a atuar no mercado com independência.
Para que isso fosse possível, a resolução criou duas modalidades de empresas de crédito – Sociedades de Crédito Direto (SDC) e Sociedades de Empréstimo entre Pessoas (SEP). Em outubro, o decreto 9.544 assinado pelo então presidente Michel Temer teve como objetivo facilitar a entrada no país das fintechs com capital estrangeiro. Antes dele, essas empresas tinham que obter autorizações individuais para iniciar suas operações.
O presidente da ABCD, Rafael Pereira, observa que essas medidas garantem às fintechs de crédito acesso mais fácil a aportes de capital e, consequentemente, maior capacidade de competição no sistema financeiro nacional, que é conhecido por ser concentrado, cenário esse nocivo para consumidores e empresas. Apesar de as duas medidas serem de 2018, só agora, com o início das operações das fintechs pioneiras, o mercado poderá sentir efetivamente seus impactos e benefícios.
“Ainda há uma série de ineficiências no setor financeiro que são históricas e relacionadas ao custo Brasil, mas a maneira como se consomem serviços mudou no mundo inteiro, e o crescimento das fintechs mostra esse movimento no mercado financeiro”, pondera Pereira.
Os brasileiros ainda veem o crédito como algo negativo, por causa das altas taxas de juros praticadas pelos bancos nos empréstimos e financiamentos, mas a expectativa é que, nos próximos anos, com o aumento da competição proporcionado pelo fortalecimento das fintechs de crédito, o mercado seja duas ou três vezes maior do que é hoje.
A concorrência fará com que haja maior oferta de produtos e serviços financeiros, com custos mais baixos para os consumidores e para as empresas, impactando positivamente a forma como os brasileiros se relacionam com suas finanças.