A pesquisa “O mercado de Fintechs”, realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), com o apoio do SPC Brasil e do Sebrae, revelou que 64% dos internautas residentes nas capitais brasileiras são ou foram clientes de ao menos um serviço de fintech nos últimos 12 meses.
O estudo divulgado sexta-feira (13) mostrou que a adesão dos consumidores ouvidos é bastante recente e a impressão geral tem sido positiva. Segundo o trabalho, 50% dos clientes contrataram o serviço há menos de um ano e a grande maioria afirma que os serviços prestados ficaram dentro ou acima do esperado (89%). O processo de contratação também deixou impressão positiva na maior parte dos clientes, uma vez que 51% disseram ter sido muito rápido.
Outra constatação importante foi o fato de 47% dos entrevistados terem afirmado considerar que os serviços prestados por elas são melhores que os das instituições tradicionais, enquanto 40% dizem que não são nem melhores, nem piores. Apenas 3% dos entrevistados julgam que o desempenho das Fintechs é pior.
Considerando uma avaliação por atributos, as Fintechs já ocupam a dianteira quando se trata das taxas e tarifas. Neste sentido, 49% dos usuários preferem os serviços oferecidos pelas startups, contra 14% em favor das instituições tradicionais, assim como os processos operacionais para contratação, em que 42% preferem as fintechs e a qualidade dos serviços prestados, destacada por 37% dos entrevistados.
O presidente da CNDL, José César da Costa, destaca que as fintechs atendem a uma parcela da população que estava insatisfeita com os serviços oferecidos pelas instituições financeiras tradicionais.
“Diante das altas taxas e tarifas praticadas pelos bancos e financeiras tradicionais, além da insatisfação dos clientes com a qualidade dos serviços prestados por essas instituições, as Fintechs oferecem alternativas com clareza e transparência nas tarifas cobradas, preços mais competitivos e, acima de tudo, ferramentas acessíveis e eficientes para gerir seus recursos de maneira descomplicada”, afirma.
Os serviços mais utilizados foram a conta bancária (45%), o cartão de crédito (40%), as transações financeiras por meio de criptomoedas (20%), os serviços de corretoras de valores ou investimentos (19%), os aplicativos de gestão financeira pessoal (19%), o empréstimo pessoal (19%) e a contratação de seguro (19%).
Apesar da relativa facilidade na obtenção de produtos e serviços deste segmento, 63% tentaram contratar algum outro serviço financeiro nas plataformas digitais nos últimos 12 meses e não conseguiram, sobretudo o cartão de crédito (38%), a conta bancária (20%) e o empréstimo e/ou financiamento em empresas (17%). Os principais motivos foram o nome sujo (37%), a renda inferior ao mínimo necessário (28%) e não ter conseguido comprovação da renda (23%).
As regiões que mais concentram os clientes de Fintechs estão localizadas nas regiões Sudeste (41%) e Nordeste (27%) – seguidas da região Sul (14%), do Norte (10%) e do Centro-oeste (8%). Oito em cada dez entrevistados pertencem à Classe C/D/E (77%), enquanto 23% são da Classe A/B.