Durante a cerimônia que comemorou a ultrapassagem da marca de 100 milhões de Poupanças Digitais da Caixa Econômica Federal, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem (4) que o Brasil terá sua própria versão de moeda digital. A afirmação foi feita no contexto dos comentários a respeito do avanço da proposta do Banco Central autônomo.
A discussão sobre o desenvolvimento deste instrumento no país está em linha com a visão do Banco de Compensações Internacionais (BIS), popularmente conhecido como “Banco Central Mundial”. Segundo reportagem do portal Tecmundo, o organismo anunciou no final de outubro que criará uma moeda digital própria.
A iniciativa será feita em parceria com o Banco Nacional Suíço (SNB) e, segundo a previsão oficial, ocorrerá ainda em 2020. O BIS é responsável pela supervisão bancária global e reúne 55 bancos centrais do mundo todo, inclusive do Brasil.
Já no caso brasileiro, antes de comentar sobre a moeda digital, o ministro falou sobre a aprovação, feita pelo Senado Federal, com 56 votos favoráveis e 12 contrários, da autonomia do Banco Central. A proposta segue para a análise da Câmara dos Deputados antes de ser enviada para a sanção presidencial.
De acordo com reportagem publicada pelo jornal Correio Braziliense, Guedes teria dito que o Banco Central autônomo representa algo extraordinário na dimensão digital citando também o PIX, Open Bank e as fintechs. “O Brasil terá a moeda digital. O Brasil está à frente de muitos países”, afirmou.
Em agosto, o Banco Central anunciou que formou um grupo de trabalho para discutir impactos de uma eventual emissão de moeda digital pela autoridade monetária.
Em nota, o BC afirmou que a chamada CBDC “central bank digital currency” é diferente de uma criptomoeda sem garantia nacional, como bitcoin, por ser uma nova forma de representação da moeda já emitida pelo BC do país em questão, fazendo, portanto, parte da política monetária.
O grupo de trabalho buscará propor modelo de eventual emissão de moeda digital, com identificação de riscos, incluindo a segurança cibernética, a proteção de dados e a aderência normativa e regulatória.
Pesquisas indicam que 80% dos bancos centrais já iniciaram projetos para desenvolvimento de moedas digitais.