A crescente demanda por criptomoedas com muitas fintechs passando a integrar o comércio de criptomoedas em suas soluções irá alavancar a expansão das carteiras digitais e dos cartões pré-pagos na América Latina. Essa é uma das principais conclusões do relatório “Cartão pré-pago e carteira digital da América Latina e oportunidades de negócios e investimentos”, que acaba de ser lançado pela ResearchAndMarkets.com.
De acordo com o estudo, o mercado de cartões pré-pagos na América Latina cresceu a uma taxa média anual de 10 % entre 2017 e 2021. Para os próximo cinco anos (2022 a 2026) a previsão é de que o mercado acelere este ritmo alcançando o patamar de 14,3% ao ano, o que produziria um salto de US$ 62,96 bilhões em 2022 para US$ 107,53 bilhões em 2026.
Um das apostas para este desempenho está relacionada ao crescimento da popularidade das criptomoedas. O estudo cita o Brasil como exemplo deste fenômeno com a informação de que no país a demanda por criptomoedas aumentou significativamente nos últimos seis a oito trimestres. O trabalho cita ainda o fato de que em novembro de 2021 o governo brasileiro propôs um projeto de lei para legalizar a criptomoeda nos setores público e privado. Com isso, os responsáveis pela pesquisa esperam que a iniciativa do governo incentive as fintechs a lançarem seus produtos no Brasil em curto e médio prazo.
O relatório menciona ainda que em novembro de 2021, a exchange de ativos digitais crypto.com com sede em Hong Kong começou a emitir cartões criptográficos Visa para os residentes do Brasil. Esses cartões são pré-pagos por natureza e devem ser recarregados através de moedas fiduciárias ou criptomoedas.
A avaliação é de que a crescente comunidade de expatriados no Brasil está criando oportunidades para os provedores de pagamentos globais expandirem seus negócios no país. As empresas estão lançando soluções bancárias alternativas para atender às necessidades das pessoas que residem e trabalham fora do país em regiões como Estados Unidos, Itália, Portugal e Espanha, além de apoiar os imigrantes que se estabelecerão no Brasil.
Um exemplo mencionado foi a Sokin, uma fintech sediada em Londres, que lançou sua Conta em Moeda Global inclusiva e cartão de débito pré-pago no Brasil para seus residentes e comunidade de expatriados.
Os clientes têm permissão para receber e enviar dinheiro e acessar câmbio econômico em 38 moedas contra uma taxa mensal. Notavelmente, os consumidores podem realizar tudo isso por meio da carteira digital da Sokin. A estimativa é de que, com o crescente número de expatriados brasileiros, os produtos direcionados a esses segmentos devem impulsionar o uso de cartões pré-pagos no país nos próximos quatro a oito trimestres.