O mês de março marca a entrada no mercado brasileiro da Bcodex, a mais nova fintech a apostar na tendência do embedded finance e ajudar empresas de qualquer ramo, porte e tamanho, além de governos a atuarem como mini bancos. Além de suas atividades principais, a ideia é que os clientes da startup possam vender também produtos como microsseguros, crédito e carteiras virtuais.
“Estamos dando um passo além das infratechs tradicionais, que oferecem infraestrutura de processamento de serviços financeiros commoditizados”, diz Pedro Rosa, um dos sócios-fundadores da Bcodex. “Estamos partindo de produtos ‘puros’, como o PIX, e criando um ‘Lego’ de microsserviços que pode ser montado pelos próprios clientes. Com ele, nossos clientes terão flexibilidade para criar ofertas mais sofisticadas, adequadas às suas necessidades específicas, de forma ágil e inovadora”, completa.
Segundo ele, com a tokenização de ativos, será viável, por exemplo, “programar o dinheiro” para que só seja liberado mediante uma contrapartida, como a transferência eletrônica de um bem – serviço conhecido como delivery vs payments. Ou a liberação automática do dinheiro de um seguro, mediante determinadas condições.
De acordo com estudo recente da Deloitte, até 2026 o embedded finance poderá gerar cerca de R$ 24 bilhões em receita extra para setores como varejo e bens de consumo, apenas no Brasil.
Rosa desenvolveu, em conjunto com o Banco do Brasil, a primeira API Checkout de Arrecadação com foco em governos. O sistema piloto, lançado em fevereiro de 2023, permite o pagamento de tributos com cartão de crédito, o que antes não era possível. É conhecido também como um dos mentores de startups no reality show Batalha das Startups, da Record News.
Segundo ele, a Bcodex consumiu, até agora, investimentos de cerca de R$ 4,8 milhões, e nasce com clientes como a EntrePay, a empresa de adquirência do Grupo Entre Investimentos, criadora de um ecossistema de empresas no segmento de meios de pagamentos, e a Wealth Money, plataforma de empréstimos entre pessoas. Além disso, tem parceria com a Phoebus Tecnologia, especializada em captura e processamento de transações.
“A evolução do mercado de meios de pagamentos passa por uma oferta mais diversificada de serviços e de novas soluções, como as oferecidas pela Bcodex”, afirma Antonio Freixo, o Mineiro, CEO da Entre Investimentos. “Inicialmente, a empresa será responsável pelo sistema de pagamentos via PIX que vai funcionar nas maquininhas de nossos parceiros subadquirentes”.
De acordo com Rosa, o cronograma de desenvolvimento da empresa, baseado em metodologia ágil, prevê evoluções quinzenais que apoiam a inovação de clientes da startup e acompanham as mudanças de hábitos dos consumidores. Inicialmente, afirma, o foco estará no desenvolvimento de uma ampla série de serviços baseados no PIX que permitam “programar o dinheiro”, como a Split Pix, programação de recebimento para diferentes recebedores, e o PIX no conceito buy now, pay later – compre agora, pague depois. Depois, ainda em 2024, a Bcodex pretende começar trabalhar também sobre soluções envolvendo o real digital (Drex).
“Com essas soluções, vamos permitir, por exemplo, que alguém possa pagar uma conta sem ter o dinheiro na hora, através de um microfinanciamento. Quando a gente lembra que o Brasil tem quase 80% da população endividada, precisamos ter ferramentas financeiras que ajudem também a resolver o problema, diz Rosa.
Os clientes alvo da Bcodex são startups, bancos – que buscam inovação em meio ao desafio de lidar com sistema legado e governos – que buscam ampliar seus serviços digitais oferecendo rapidez e comodidade aos cidadãos. A receita da empresa virá de um pequeno percentual de cada transação, com um valor mínimo de franquia mensal. Até o final de 2024, a expectativa da empresa é de que sejam movimentados cerca de R$ 5,3 bilhões através de suas aplicações. “O que a gente quer é levar a solução para o mercado, de uma forma democrática, apoiando a constante necessidade de inovação dos nossos clientes, fazendo chegar mais valor para o lojista, consumidor ou contribuinte que está na ponta. Queremos pulverizar o acesso a esse tipo de soluções financeiras mais sofisticadas e ajudar os clientes a acessarem novas fontes de receitas, reduzirem custos e se tornarem mais competitivos”, diz Rosa.