Ocupando o sexto lugar entre todos os países no mundo, o Brasil chegou ao final de dezembro de 2023 com cerca de 26 milhões de pessoas investindo em criptoativos, segundo dados de um levantamento da empresa Triple-A, divulgado recentemente. Apesar disso, o constante envolvimento de investidores de criptomoedas em casos de sonegação fiscal e de desvio de dinheiro pode deixar o público com receio de começar ou ampliar o investimento nessa modalidade. A avaliação é do contador Luis Fernando Cabral, sócio da Contador do Trader, empresa especialista em contabilidade para investidores.
“É importantíssimo que o investidor de criptoativo, seja pequeno ou grande, tenha uma assessoria e assistência na hora de investir, de modo especial no que diz respeito ao pagamento de imposto e à declaração do investimento à Receita Federal. Entretanto, não é o que acontece na maioria das vezes. Soma-se a isso os casos em que pessoas se aproveitam dessa modalidade para obter vantagens financeiras indevidas, o que contribui para a estigmatização do investimento”, explica o contador. De acordo com ele faltam profissionais especializados no mercado para poderem atender a esse público.
Com base na atuação da Contador do Trader entre os tipos de operação necessárias estão P2P, Earn, DEX, margem, à vista, futuro e outros, além da Declaração sobre Operações Realizadas com Criptoativos, trazida pela IN 1888.
Luis Fernando aponta que a tendência é que esse número de investidores aumente, já que em 2021 eram 4,9% da população, em 2022 subiu para 7,8% e em 2023 atingiu 12%. “Esse grande número de pessoas precisa de uma orientação fiscal e contábil para não ter problemas com a Receita Federal posteriormente.”
O ranking dos países que mais investem neste tipo de ativo leva em conta a proporcionalidade da população com o número de investidores. Por isso, quem aparece em primeiro lugar são os Emirados Árabes Unidos, com 3 milhões de investidores, o equivalente a 30,4% da população. Em seguida, é o Vietnã, com 21 milhões de investidores ou 21,2% da população. Os Estados Unidos, por exemplo, têm 53 milhões de investidores em criptoativos, mas isso só representa 15,6% da população. O quarto lugar é do Irã (13,5%) e o quinto é das Filipinas (13,4%).