Bertha Capital supera os R$ 50 milhões de investimentos em fintechs

A Bertha Capital, gestora de recursos especializada em venture capital, comemora o alcance da marca de  R$ 50,7 milhões investidos em fintechs sendo que R$ 30,6 milhões foram aportados neste tipo de empresa somente durante o ano de 2023.

“Estamos focados em investir em fintechs que geram impacto significativo não só para seus clientes diretos, mas para todo o ecossistema envolvente, incluindo fornecedores e parceiros”, comenta Rafael Moreira, CEO da Bertha Capital. “Observamos uma forte tendência no desenvolvimento de soluções que promovem uma cadeia de valor mais integrada e sustentável, realçando a importância de tecnologias que transcendem as operações tradicionais de uma única empresa para beneficiar uma rede mais ampla de stakeholders.”

“Estamos particularmente interessados em fintechs que apresentam inovações capazes de impactar um ecossistema de maneira exponencial”, prossegue Rafael. “Procuramos soluções que não apenas aprimorem processos financeiros, mas que também criem novas oportunidades para que empresas e consumidores interajam de maneira mais eficiente e sustentável. Além disso, estamos explorando oportunidades em fintechs que integram recursos de educação financeira, ajudando a melhorar a literacia financeira e permitindo uma tomada de decisão de crédito mais informada pelos usuários. A inovação, nesse sentido, vai além de melhorias incrementais, visando transformações que possam redefinir mercados inteiros. Investimos em tecnologias que facilitam acessos a serviços financeiros, melhoram a transparência, aumentam a segurança e promovem a inclusão financeira, todas alinhadas às nossas teses de investimento que buscam gerar um impacto amplo e duradouro.”

Hoje, estão entre as fintechs investidas pela Bertha Capital Cashin, CashU, Antecipa Fácil, bitgov, Consignei, Linkapital, ISPCred, Saks, Ume, e ZemoBank. As empresas atuam com diferentes formas de serviços financeiros, desde o gerenciamento de empréstimos consignados (Consignei) até o desenvolvimento de uma inteligência artificial para recomendação de ativos financeiros e criação de portfólios (Saks), passando por soluções de Credit as a Service voltadas para a indústria (Linkapital) e novas metodologias para avaliação de score de crédito (Ume).

Segundo Rafael Moreira, os principais critérios da gestora ao selecionar fintechs para investimento são tamanho da rodada, nível de faturamento, participação societária, mapeamento de dores e soluções, análise do modelo de negócios, tamanho do mercado, aspectos financeiros do negócio, e sinergia com o ecossistema Bertha, levando em conta portfólio e cotistas. “Reconhecemos o dinamismo e a constante evolução do setor financeiro, portanto, mesmo que uma oportunidade inicialmente pareça se desviar de nossa tese central, não hesitamos em explorá-la se identificarmos um verdadeiro potencial”,  destaca o CEO. “Avaliamos também o background dos fundadores com grande interesse, pois acreditamos que lideranças são cruciais para o sucesso de qualquer empreendimento inovador. Examinamos sua educação, valores, desafios superados e experiências anteriores para entender melhor como eles podem conduzir a empresa rumo ao crescimento sustentável e à inovação contínua.”

Cashin: serviços financeiros como opção no mercado de incentivos

A Cashin foi criada em 2018 com o objetivo de revolucionar o mercado de incentivos, estratégia adotada por grandes empresas para impulsionar a produtividade e a motivação de colaboradores, times de vendas, revendedores, representantes e outros tipos de parceiros diante das metas estabelecidas pela companhia. A fintech leva serviços financeiros como opção para os premiados, por meio de uma solução para pagamento de prêmios de forma 100% digital – resolvendo a dor de empresas que antes precisavam lidar com logísticas complexas e com a falta de rastreabilidade na hora de premiar colaboradores e terceiros espalhados por todo o Brasil.

“Nosso principal desafio foi criar uma solução que garantisse respaldo jurídico para que as empresas pudessem pagar suas premiações de incentivo com registro e acesso a todos os comprobatórios necessários às suas auditorias”, conta Luciana Ramos, CEO e fundadora da Cashin. “A tecnologia foi o nosso principal pilar para o desenvolvimento de um método exclusivo, inteligente e seguro para o mercado de incentivos que unisse esse desafio à inovação na forma de premiar. Nossa solução permite o pagamento de prêmios de incentivo de forma instantânea, com cadastro feito pelos próprios premiados e histórico completo das transações. Com isso, além de oferecer maior segurança e transparência para auditoria e compliance das empresas, eliminamos custos com envio de prêmios físicos.”

O aporte recebido pela Cashin da Bertha Capital foi de R$ 8,5 milhões, em 2022. Com o valor, a startup investiu em tecnologia para o desenvolvimento de novas funcionalidades e produtos, o que permitiu a expansão atual, que se dá principalmente nas novas frentes de atuação dentro do mercado de incentivos. A Cashin cresceu quase 90% de 2022, ano do aporte, para 2023; e, no primeiro trimestre de 2024, já superou a receita total de 2022. Em premiações pagas, o aumento foi de mais de 70% no mesmo período, alcançando um total acumulado de mais de R$ 260 milhões desde o início das atividades.

Hoje, a Cashin já tem 250 grandes empresas na carteira de clientes, incluindo organizações como Ambev, Bayer, Burger King, Disney, Melitta, Suzano, Nestlé, Vigor e Coca-Cola. A meta da fintech para 2024 é transacionar R$ 200 milhões em prêmios de incentivo. “A nova solução Cashin Engaje é nossa grande aposta para 2024: ela permite colocar uma campanha no ar em apenas cinco passos, incluindo o planejamento de metas e mecânica, interação direta com os participantes por meio de uma régua de comunicação inteligente, apuração automática de resultados, e o pagamento dos prêmios, onde se conecta com a primeira solução da Cashin”, relata a CEO Luciana Ramos.

CashU: crédito digital para pequenas e médias empresas

Tendo crescido 35% mês a mês ao longo dos últimos seis meses, a CashU desenvolveu o Buy Now, Pay Later B2B, solução que disponibiliza crédito digital inteligente com aprovação rápida, oferta precisa e garantia contra riscos para financiar as compras de pequenas e médias empresas com distribuidores e indústrias. “Desenvolvemos uma inteligência de crédito capaz de controlar a inadimplência”, destaca Thiago Saldanha, CEO da CashU. “O mercado tem divulgado perdas superiores a 25% em grandes fintechs que operam com pequenas e médias empresas no país. Estamos trabalhando em nossos modelos de crédito proprietário desde 2019 e optamos por escalar o crédito apenas quando dominamos de fato todas as peças da equação. Foi um caminho muito mais difícil, mas que se provou correto.”

“De um lado, somos capazes de monitorar simultaneamente dezenas de milhares de pequenas e médias empresas, reduzindo o risco de inadimplência para níveis muito inferiores à média de mercado”, afirma Thiago. “Por outro, somos capazes de permitir que o crédito seja explorado como uma verdadeira alavanca de crescimento para os bons pagadores. Em média, conseguimos dobrar o volume total de compras de pequenas e médias empresas junto aos distribuidores e fornecedores parceiros, garantindo transparência e segurança em todas as transações.”

A Bertha Capital investiu R$ 6 milhões na CashU em 2022, e também criou um Fundo de Antecipação de Recebíveis (FIDC) de R$ 100 milhões para prover o funding para a fintech ao longo dos próximos 12 meses. A meta da CashU é financiar R$ 1 bilhão de reais no próximo ano por meio do aumento da penetração na base das indústrias e distribuidores já filiados à startup, além de conquistar os principais players de digitalização do B2B no país para oferta de crédito.