*Ebran Theilacker
Dados divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mostram que o Brasil registrou um crescimento de 6% nas vendas de unidades residenciais no primeiro trimestre de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023. Houve crescimento em diversos segmentos, mas um se destacou: os imóveis ligados ao Minha Casa Minha Vida, com crescimento de 21,3%.
De acordo com os dados da CBIC, que analisou 220 cidades do Brasil — incluindo todas as capitais —, foram vendidas no período 81.376 unidades residenciais, sendo 31.407 ligadas ao programa Minha Casa Minha Vida. Com isso, esse segmento imobiliário ampliou sua fatia de mercado passando de 33,7% para 38,59%.
Sem dúvida alguma são dados relevantes e que demonstram um aquecimento de todo o mercado imobiliário, mas principalmente desse segmento ligado a faixas mais econômicas. E o que isso nos sinaliza para o restante de 2024? Que as incorporadoras estão confiantes para lançar novos empreendimentos e, consequentemente, acelerar seu crescimento. Há uma expectativa positiva de que as vendas continuem crescendo e que se intensifique o volume de novos empreendimentos, o que irá exigir ainda mais capital para lançamento.
E é aqui que entram as fintechs ligadas ao setor. O Brasil possui diversas soluções inovadoras para o segmento: real estate fintechs, como a Versi, proptechs e construtechs que ajudam a alavancar o mercado. São empresas que já atuam em proximidade com as incorporadoras e, em um cenário aquecido, tendem a ser ainda mais procuradas para ampliar negócios, o que também as posiciona em um lugar de interesse para investidores.
Na prática, podemos afirmar que estamos em um momento ideal para investimentos ligados ao setor da construção. Os últimos empreendimentos legados da pandemia estão sendo entregues e os novos lançamentos apresentam possibilidade de recuperação de margem líquida, resultado da soma de dois fatores: INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) estável com custo de obra mais previsível e um mercado comprador com boa correção de preços.
Dentro do segmento das construções ligadas ao Minha Casa Minha Vida, há um gap de investimentos que muitas vezes é corrigido graças ao trabalho das fintechs. Nenhum capital privado hoje consegue substituir o financiamento pelo FGTS e as verbas liberadas pela Caixa Econômica Federal, porém esse dinheiro chega às incorporadoras somente após uma série de validações da obra já em andamento. Há uma demanda crescente por crédito para ajudar que essas incorporadoras, especialmente de pequeno e médio porte, consigam iniciar as obras antes da chegada dos recursos federais.
Todos esses pontos ajudam a criar um cenário perfeito para o investimento no setor, tanto quanto falamos das incorporadoras e construtoras, quanto ao meu foco aqui: as fintechs que ajudam a alavancar esse crescimento, manter o mercado aquecido e trazer inovação ao setor.
*Ebran Theilacker é CEO da real estate fintech Versi,