O Droom, ecossistema de operações financeiras, anunciou a abertura de um processo de captação de recursos lastreada em ativos judiciais pela plataforma de tokenização AmFi no valor de R$ 230 mil. A emissão começou a ser negociada este mês sob o ticker Droom Unitoken, com aplicação mínima de R$ 1 mil.
O unitoken é lastreado em um precatório expedido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro em face do Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro. O ativo judicial em questão é categorizado como A1 no rating do Ecossistema Droom, o que significa que está ativo e na fila para pagamento. “Apenas em 2024, foram mais de R$ 90 bilhões direcionados para pagamentos de precatórios pela União e, na média histórica, o governo fluminense é reconhecido por honrar a quitação de dívidas atestadas em prazos hábeis. O montante mostra a potência desse mercado ainda pouco explorado. Nossa missão é justamente apresentar e educar o investidor pessoa física a este modelo de investimento”, diz Eduardo Gouvêa, fundador e presidente do Conselho Deliberativo da Droom.
Com pagamento previsto para maio de 2026, o ativo oferece uma rentabilidade de 19,08% a.a, que é considerada acima da média quando comparada a aplicações realizadas nos últimos anos pelos índices do mercado acionário (IBOV), fundos imobiliários (Ifix) e títulos de renda fixa. Neste caso, ao investir R$ 5 mil, o investidor resgatará o valor de R$ 6.912,50 ao final do prazo de investimento — de 22 meses. E para maior segurança, a Droom se compromete em quitar os pagamentos em até 10 dias úteis após a data estimada.
Engajadas nas discussões de tokenização e inovação do mercado financeiro brasileiro, as duas instituições fazem parte da Associação Brasileira de Empresas Tokenizadas e Blockchain (ABToken). Nesse sentido, a parceria com a AmFi foi um movimento estratégico para fortalecer a promoção de empresas envolvidas na tokenização como uma ferramenta financeira inovadora, garantindo que a sua aplicação ocorra de maneira ética, regulamentada e segura para todos os envolvidos.
“Composições judiciais exibem retornos bem atrativos, mas a falta de conhecimento nesse mercado gera percepções equivocadas. Embora seja um investimento mais arrojado, é possível garantir o retorno. Nossos títulos são oriundos de processos transitados com assessoria do braço jurídico do ecossistema Droom. Ou seja, conhecemos todas as nuances das ações. Unimos essa nossa expertise, com o know-how e tecnologia da AmFi para garantir negociações seguras via blockchain”, afirma.
Vale destacar que o mercado de crowdfunding no Brasil ganhou impulso nos últimos anos, especialmente após a publicação do Parecer de Orientação CVM 40 e dos Ofícios Circulares CVM/SSE nº 04 e 06 pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Entre as prioridades da autarquia em 2024 está a realização de uma possível consulta pública sobre o tema.
“Atualmente, temos mais de 1.500 usuários, mas esta captação em ativos judiciais será inédita para nós. Estamos empolgados com essa sinergia e entendemos que é uma oportunidade para ambas as partes. Enquanto a Droom poderá explorar uma nova frente de mercado, nós incluiremos no portfólio um modelo de composição arrojada, de alta rentabilidade e com forte DNA jurídico” afirma Juan Camilo Murcia, Diretor de Negócios da AmFi.