A oferta de aplicativos falsos para roubar dados de brasileiros teve um crescimento de 146% entre os meses de abril, maio e junho deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. A constatação é do Relatório de Eventos de Cibersegurança do SafeLabs, empresa do Grupo ISH TECH, especializada em salvaguardar ativos digitais e garantir a continuidade dos negócios. De acordo com o trabalho, em 2023 foram registradas 936 ocorrências deste tipo. Já neste ano, este volume saltou para 2301 casos.
O líder da Área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Cibersegurança do Safelabs, Wagner Farias explica que o relatório compara os eventos de cibersegurança entre os dois períodos no Brasil, focando em métricas como eventos coletados, eventos aprovados, e takedowns, além de analisar as tendências de senhas comprometidas. O estudo se baseia no monitoramento realizado pela solução MANTIS DRPS, que monitora diariamente mais de 40 terabites de dados que circulam em ambientes digitais, além de insights incorporados pela equipe de Threat Intel do SafeLabs, especializada em analisar as informações detectadas.
Farias explica que normalmente esta época do ano sempre apresenta uma incidência maior na oferta de apps falsos devido à oportunidade gerada pela declaração do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), que passou a ser feita quase que em sua totalidade de forma digital no Brasil. “Já se tornou tradicional os golpistas oferecem apps falsos da Receita Federal para enganar as pessoas durante estes meses com a promessa de facilitar a tarefa de cumprir com as obrigações tributárias. Ocorre que neste ano houve um crescimento numa intensidade superior, o que sugere a soma com outras modalidades de golpes”, diz.
Segundo ele, tem contribuído muito para o surgimento de aplicativos falsos por exemplo, o surgimento de golpes relacionados ao pagamento por meio de Pix. “São plataformas que surgem nas redes sociais oferecendo recebimento em dinheiro via pagamento instantâneo pela prestação de serviços como avaliação de músicas, produtos etc. Num primeiro momento, as pessoas até recebem algum valor residual, mas quando as quantias começam a subir elas percebem que foram enganadas ou tendo pago quantias em forma de adiantamento ou simplesmente fornecendo seus dados para a aplicação de futuros golpes”, diz.
O gestor de produtos e desenvolvimento do SafeLabs, Odair Gonçalves comenta que o Relatório de Eventos de Cibersegurança do SafeLabs tem a função de monitorar as movimentações dos fraudadores tanto na internet tradicional quanto em ambientes críticos como a deep e a dark web para que as empresas e as pessoas possam direcionar suas estratégias de segurança.
“A dinâmica do crime virtual muda com muita intensidade e quanto mais rápido o ecossistema de segurança conseguir direcionar suas ferramentas na direção certa, maiores são as oportunidades de evitar prejuízos. Com o estudo acreditamos estar colaborando com este objetivo”, conclui.