A fintech de crédito Kapitale está anunciando o lançamento do “Pague com Kapi”, um produto de antecipação de recebíveis que conecta varejo e indústria gerando fluxo de caixa para lojistas, sem custo de taxas, e disponibilizando pagamento imediato para distribuidores e indústria. A empresa também acaba de lançar um fundo de investimentos em direitos creditórios (FIDC) que já nasce com R$ 50 milhões, com o objetivo de apoiar as pequenas e médias empresas.
O fundador e CEO da fintech, Anderson Pereira, explica que o mecanismo adotado pela companhia na prática transforma os recebíveis em kapi, uma moeda de troca equivalente ao Real. Desta forma é eliminada a taxa de antecipação para o varejista, visto que 1 kapi tem o mesmo valor de R$1,00.
“É um sistema cíclico, começando no lojista que procura a Kapitale para transações sem custos. Esse saldo disponibilizado passa a ser negociado com fornecedores e indústria conveniados para abastecimento do estoque. Estes, por sua vez, ficam com créditos a receber diretamente conosco, que viabilizamos pagamentos imediatos com deságio. Embora exista o desconto, por meio do recurso os fornecedores e produtores se resguardam de qualquer risco de inadimplência”, comenta.
Ele argumenta ainda que o débito em atraso é um dos principais gargalos na gestão empresarial. Cerca de 6,5 milhões de micro e pequenas empresas estão inadimplentes no país, é o que revela levantamento de junho da Serasa Experian. Grande parte dessa inadimplência é provocada pelo efeito cascata da falta de financiamento para PMEs. Dados do SME Finance Forum mostram que a diferença entre a demanda por crédito e o que é ofertado para este grupo ultrapassa o valor equivalente a 27% do nosso PIB, deixando o país numa posição muito aquém de seus pares na América Latina. A Argentina, por exemplo, registra o percentual de 14,73% e o Chile de 3,51%.
Vantagens e funcionamento
Segundo o executivo, além do pagamento à vista e da exclusão de qualquer risco de inadimplência, distribuidores e fornecedores ainda conseguem diminuir custos de cobrança e aumentar o ticket médio. “Em relação ao varejo, a redução de gastos financeiros, potencialização das vendas, melhoria do fluxo de caixa e melhores condições de parcelamento ao consumidor são vantagens que se destacam — e sem a necessidade de o lojista fazer a troca de maquininha de cartão. Isso porque temos acesso ao histórico de transações de venda de diferentes adquirentes, nos permitindo a leitura, checagem e validação de dados que viabilizam a antecipação de recebíveis para o varejista, e na sequência a compra de novas mercadorias com seus fornecedores”, argumenta.
Caso o comerciante prefira resgatar os recebíveis em dinheiro ao invés de trocá-los por kapi, é possível fazer essa antecipação mediante a uma taxa.
Funding próprio
A Kapitale lança seu próprio fundo de investimento integrado à sua solução. “O funding permite que sejamos mais competitivos com preços negociados. É um grande diferencial, visto que a maioria das empresas que atuam no setor utilizam de fundos de parceiros para financiar as PMEs”, revela.
O FIDC Kapi já nasce com R$ 50 milhões para apoiar o fluxo de caixa de pequenas e médias empresas, principalmente no segmento de saúde e cosméticos. “Estamos conversando com novos investidores e empresas interessadas em aderir ao convênio Pague com Kapi. Em breve, teremos novidades de parceria com grandes players do mercado”.