De acordo com a FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos), ao completar um ano do início de sua implantação no Brasil, o Open Banking ou Open Finance, registrou 231,1 milhões de chamadas bem-sucedidas entre os participantes para o compartilhamento de dados. A entidade avalia que o trabalho realizado no período está dentro do esperado pelas instituições, dada a complexidade do projeto.
“O setor bancário está contribuindo proativamente com a implantação do projeto no Brasil em um tempo recorde de implementação e com escopo maior do que o observado em outros países”, avalia Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN.
Para a FEBRABAN, a implementação das quatro fases do Open Finance no Brasil neste primeiro ano foi marcada pela ausência de problemas estruturais ou impasse com questões legais. A organização entende que em 2022 o desafio será consolidar sua total implantação e estabilização das APIs para que novos produtos e serviços financeiros sejam criados e oferecidos aos clientes bancários.
O pontapé inicial da implementação do Open Finance foi dado em 1º de fevereiro do ano passado, com o compartilhamento de informações sobre seus canais de atendimento. Nesta primeira fase também entraram os dados e as características sobre os produtos e serviços oferecidos, como, por exemplo, tipos de contas, empréstimos e financiamentos que cada um dos participantes oferece ao seu cliente.
A segunda fase foi implementada de forma escalonada e teve início em 13 de agosto. Em uma primeira etapa, as instituições começaram a iniciar as trocas de informações cadastrais dos clientes, como endereço, renda e dados pessoais. Depois, foi a vez da troca de informações relacionadas a contas de movimentação, seguido do intercâmbio de informações de operações de crédito e de cartões de crédito.
Caso o cliente autorize e dê seu consentimento, poderão ser compartilhadas entre instituições participantes as informações de cadastro (nome, endereço, CPF etc), bem como dados de movimentação financeira (informações sobre contas e operações de crédito, como empréstimos e financiamentos). Na prática, a instituição que esteja recebendo as informações de cadastro e de movimentação financeira do cliente, após a sua autorização, poderá fazer propostas de crédito, investimentos e de serviços mais personalizados, e que tragam melhores condições de custos.
A terceira fase, em implementação desde 29 de outubro, permite que o cliente inicie pagamentos de contas e transferências bancárias fora do internet banking ou do aplicativo do banco, por meio de aplicativos específicos para este fim e com uma abrangência inicial de transferência por Pix. Os demais meios de pagamento serão implementados nos próximos meses.
Um modelo de negócio possível a partir desta fase pode aparecer no comércio eletrônico: por exemplo, ao comprar em um site de e-commerce será possível iniciar um pagamento ou uma transferência dentro do próprio site de vendas, sem precisar ter acesso ao aplicativo ou ao site do banco.
A quarta fase segue em desenvolvimento e ocorrerá em duas etapas: com o compartilhamento das informações de produtos e serviços ofertados dos demais dados financeiros, não envolvendo informações de clientes; e com as informações financeiras pessoais do usuário que envolvam câmbio, investimentos, seguros e previdência complementar ao longo desse ano.