O Brasil já conta com mais de 80 startups de Fintech, segundo o Radar FintechLab atualizado em setembro de 2015. Essas empresas se dedicam a facilitar diversos tipos de operações financeiras, como conta corrente, empréstimos, cartões de crédito, gestão de cobranças e seguros. Em um contexto mundial, as Fintechs estão ganhando cada vez mais espaço nas publicações especializadas. Já em maio deste ano, o jornal britânico The Economist anunciava uma revolução com o crescimento das Fintechs em todo o mundo. Revolução esta que, segundo o banco norte-americano Goldman Sachs, pode tirar US$ 4,7 trilhões do sistema financeiro já estabelecido e lucrar até US$ 470 bilhões no mundo todo.
No entanto, diferentemente do que alguns pensam, essa transformação do sistema atual não significa o fim da tradição bancária. Pelo contrário: é o início de uma nova forma de relacionamento entre instituições financeiras atuais e Fintechs, na qual quem ainda não investiu em inovação deve correr para se atualizar e melhorar a experiência dos usuários, reduzir custos e modernizar infraestrutura. Experiência do usuário, aliás, é o que as startups de Fintech mais têm a oferecer para o público. Fugindo do ambiente técnico e cheio de regulações dos bancos, as iniciativas inovadoras propõem custos baixos, menos exigências contratuais e ambiente online.
Quando falamos do impacto do sistema financeiro em pequenas empresas, é comum pensarmos em altas taxas e procedimentos burocráticos, fatores que afastam as PMEs e profissionais autônomos dos serviços tradicionais. E foram as parcas possibilidades para pequenos negócios que impulsionaram a criação do Asaas. Pensando em um público que não costuma trabalhar com gestão de cobranças, desenvolvemos uma ferramenta que permite a profissionais autônomos, MEIs e microempresas a geração de cobranças via boleto bancário, cartão de crédito, depósito e transferência. Também é possível antecipar os recebíveis e pagar faturas, sem complicações e exigências bancárias, como contratos e carteiras de cobrança, por exemplo. A Asaas entra, portanto, no radar de Fintechs brasileiras e se completa com outras diversas ferramentas inovadoras do segmento.
A credibilidade das inovações em tecnologia de finanças ainda não está 100% garantida, afinal, tudo o que é novo gera uma certa resistência. Por outro lado, vivenciamos um contexto brasileiro cada vez mais conectado e aberto para experimentar serviços variados pelo smartphone, tablet e outros dispositivos móveis. Basta ver o empenho dos bancos tradicionais em modernizar seus canais de atendimento. Não deve demorar o dia em que pessoa física e pessoa jurídica recorrerão primeiro aos serviços da Intoo em vez de ir ao banco em busca de crédito para o seu negócio, utilizarão o Conta Azul para gerir o caixa e o Asaas para realizar suas cobranças. Em vez de solicitar um cartão de crédito ao banco, o usuário recorrerá ao Nubank e contratará um seguro através do Bidu. Assim como em poucos anos conseguimos nos adaptar a novos hábitos, como as compras online ou os diversos serviços por assinatura, estamos agora caminhando para uma nova rotina de relacionamento com as instituições financeiras.
Autor convidado:
Piero Contezini, CEO Asaas.
Profissional autodidata, fundou aos 16 anos uma das primeiras empresas brasileiras da área de consultoria em segurança da informação. De lá para cá, embarcou em diversos projetos, sendo um deles o de co-fundador da ContaAzul, principal software SaaS para gestão de microempresas no Brasi. Em 2013, criou um segundo produto chamado Asaas, uma ferramenta para gestão de cobranças e notificações com foco em microempreendedores individuais e microempresas.