No encerramento do workshop “Inovações Tecnológicas no Mercado de Seguros”, realizado ontem(3) no Rio de Janeiro, o Superintendente da SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), Joaquim Mendanha de Ataíde, declarou que a entidade está aberta para o diálogo e que este evento foi um marco a partir do qual constituirá um grupo de trabalho para discutir a regulação do segmento.
Realizado na própria sede da SUSEP, a discussão teve o objetivo de avaliar as tecnologias emergentes e a criação de modelos de negócio inovadores com potencial de transformar o setor segurador.
O próprio Superintendente da SUSEP abriu os trabalhos apresentando os pontos de atenção do órgão a respeito do tema. Ataíde citou a necessidade de ter transparência para o consumidor, a preocupação com o uso de algoritmos não tendenciosos, segurança de dados pessoais, fragmentação do mercado e resiliência das empresas do ecossistema.
O evento foi dividido em três painéis sendo que um deles trouxe o contexto internacional sobre inovação no setor financeiro e de seguros, o outro apresentou as propostas e projetos inovadores já em curso e o terceiro revelou algumas iniciativas e projetos inovadores das empresas mais tradicionais do setor.
O cofundador do FintechLab, Fábio Gonsalez, foi um dos palestrantes e apresentou um panorama geral sobre o que está acontecendo em termos de inovação financeira no Brasil além de destacar alguns desafios a serem enfrentados especificamente no setor de seguros. “É preciso pensar na ressignificação do papel do corretor, na construção de uma agenda regulatória que inclua as insurtechs, na oportunidade de ampliação do mercado através de soluções inovadoras e a provável pressão de modelos de negócio testados no exterior agindo no mercado local”, disse.
Além da SUSEP e do FintechLab, a programação contou com representantes da KPMG, Delloite, Nexer, Thinkseg, Minuto Seguros, IRB-Brasil Re, e Mongeral AEGON.
A Nexer e a ThinkSeg apresentaram seus modelos de negócio baseados em coleta de informações, uso de tecnologias como IoT, big data e inteligência artificial para construir novos modelos de produtos e serviços para o setor.
Já a Minuto Seguros, a IRB-Brasil Re e a Mongeral AEGON apresentaram suas visões para o futuro do setor no Brasil e o que estão fazendo principalmente com relação ao relacionamento com o consumidor.
Elas trouxeram também algumas demandas para o regulador como a redução da burocracia no processo de aquisição de clientes para possibilitar a adoção de tecnologias digitais. Outro item reivindicado foi a abertura para a possibilidade de novas modalidades de produtos e serviços, assim como a adequação da linguagem e termos técnicos de seguros para melhor compreensão do consumidor, entre outros.