Algumas das principais lideranças do setor de cooperativas participaram de um evento realizado no Banco Central, em Brasília, para discutir as transformações e inovações no setor e revelaram que o setor tem mirado no exemplo das fintechs para atender a um público que preza cada vez mais por agilidade nas negociações e facilidade no atendimento.
Um dos maiores exemplos é o sistema financeiro cooperativo Sicoob. A instituição revelou que está desenvolvendo aplicativos focados na abertura totalmente digital de contas, além de abrigar mais de 40 fintechs em um espaço de aceleração criado dentro da empresa.
Em reportagem publicada no próprio site do BC, o diretor-presidente do Bancoob (Banco Cooperativo do Brasil, que atende apenas cooperativas), Marco Aurélio Almada, disse que o Brasil está numa posição privilegiada se comparado com outros países no que se refere a regulação desse segmento digital. “Já foram regulamentadas instituições de pagamento. O mercado de meios eletrônicos de pagamentos está sendo mais bem regulamentado. E isso é fundamental para a digitalização dos serviços financeiros”, disse.
Por sua vez o chefe do Departamento de Supervisão de Cooperativas e de Instituições Não Bancárias (Desuc), Harold Espínola, avaliou que as cooperativas estão inseridas num processo global intenso e acelerado de transformação das formas de relacionamento das pessoas com os negócios. “O desafio é encontrar a harmonia entre o novo e a manutenção da identidade do cooperativismo”, disse.
A participação das cooperativas de crédito no Sistema Financeiro Nacional é de 3%, ultrapassando 15% de market share do segmento em alguns estados. São 1.041 cooperativas, com 5.722 pontos de atendimento, de acordo com levantamento do BC realizado em dezembro de 2016. Segundo dados da OCB, ao final do ano passado eram mais de 9 milhões de cooperados, com ativos de R$221 bilhões, depósitos de R$103 bilhões, empréstimos de R$81 bilhões e um patrimônio de R$36 bilhões.