Em audiência realizada ontem na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado os representantes de duas das maiores fintechs brasileiras defenderam a aprovação do Cadastro Positivo. O evento teve como objetivo debater os altos níveis de Spred praticados pelos bancos nacionais. O spread é a diferença entre os juros cobrados pelo banco ao emprestar e a taxa que ele paga ao captar dinheiro.
Segundo notícia publicada pela Agência Senado, convidados e senadores concordaram com a necessidade de a Câmara aprovar o quanto antes o projeto de lei que viabiliza o cadastro positivo de consumidores. A proposta já passou pelo Senado no ano passado.
O diretor de relações institucionais do Nubank, Bruno Nagrani, afirmou que o cadastro positivo tem potencial de impacto impressionante, especialmente para as instituições menores, que não têm nem de perto o mesmo nível e riqueza de informações que os grandes bancos. “Se não tenho essa informação sobre o risco de cada cliente, vou assumir que os juros serão mais altos”, afirmou.
Por sua vez, o professor da PUC-Rio, Vinícius Carrasco, que também participou do evento como executivo da Stone, declarou que a entrada em funcionamento de um cadastro positivo eficiente fará aumentar a competição pois mais instituições terão acesso às informações.
“Informação é poder adicional de mercado para quem concede crédito. Se houver informação, o competidor pode fazer ofertas mais agressivas “, opinou
A proposta cuja aprovação é reivindicada se refere ao PLP 441/17 que torna obrigatória a participação dos cidadãos no cadastro positivo. O texto inclui automaticamente todos os consumidores adimplentes no sistema que forma um banco de dados sobre informações dos pagamentos em dia e empréstimos quitados. Esses dados geram uma nota ao consumidor e poderia interferir nos juros e serviços bancários a ele oferecidos. Criado em 2011 (Lei 12.414/11) como um serviço de adesão voluntária, o cadastro não alcançou até hoje o efeito desejado.