O mês de julho acaba de entrar para a história como o mês de maior arrecadação em sistema de crowdfunding para causas sociais no Brasil. O Vakinha, principal fintech de financiamento coletivo do País, registrou R$ 4.753.148,26 em doações, valor recorde mensal desde sua fundação em 2009. Ao longo do mês foram criadas 13.362 vaquinhas e registradas 76.232 transações no site, que aceita valores de R$ 20,00 a R$ 20 mil.
A comparação com a movimentação de julho de anos anteriores revela a evolução deste tipo de iniciativa no país. De acordo com a startup, em 2015 as doações do mês alcançaram R$ 685 mil; em 2016 atingiram R$ 1.958.131,07; indo para R$ 3.619.824,51 em 2017.
Segundo o diretor de marketing, Cristiano Meditsch, o valor recorde alcançado em julho não tem qualquer motivação sazonal. Até então, março de 2017 havia sido o mês com maior arrecadação (R$ 4.441.186,51) O desempenho daquela ocasião teve o impactado da campanha “Cura Spinraza – Ame Joaquim”, que ainda lidera a lista de vaquinhas com o maior valor arrecadado: R$ 1.420.170,00, de 24.233 doadores.
Mesmo com a crise econômica, desde 2015 o Vakinha tem registrado índices cada vez mais altos de crescimento com doações feitas por pessoas físicas, sendo a maior parte destinada a causas ligadas à saúde, educação e proteção animal. Em quase 10 anos de atuação, o valor movimentado na plataforma ultrapassou R$ 100 milhões.
Esse desempenho, no entanto, está na contramão do relatório World Giving Index, considerado o índice mundial de solidariedade, em que o Brasil não se destaca entre os países que mais doam dinheiro. Na edição 2017, o relatório apontou que a porcentagem de brasileiros que doam dinheiro caiu para 21% depois de ter chegado a 30% em 2016.
As três maiores vaquinhas criadas no mês de julho tiveram como objetivo ajudar no tratamento de um jovem que sofreu um acidente grave, contribuir com os planos de um estudante cearense, medalhista mundial de física que ganhou uma bolsa de estudos em Oxford e auxiliar uma pessoa nos esforços para o tratamento contra o câncer.