A autorização concedida pelo governo à participação de até 100% de capital estrangeiro nas fintechs nacionais e a permissão para que as startups financeiras possam conceder empréstimos sem a necessidade de intermediação de um banco fazem parte de um cenário que deve levar o ecossistema brasileiro a ter a mesma atratividade dos líderes globais do setor aos olhos dos investidores internacionais.
A opinião é de Olle Widén, CEO e Co-fundador da FinanZero, fintech de capital sueco que opera no Brasil como um marketplace de empréstimos, oferecendo ao tomador de crédito uma ferramenta para buscar e comparar produtos oferecidos por fintechs e instituições tradicionais.
Ele avaliou o potencial do mercado brasileiro em um artigo publicado pela revista Isto é Dinheiro e disse que a previsão mais certeira para 2019 no mercado financeiro é que as fintechs continuarão em ritmo acelerado de crescimento e o País deverá ganhar cada vez mais destaque no cenário global das empresas de tecnologia que estão transformando o setor bancário e de crédito.
“Não irão faltar estímulos ao desenvolvimento das startups já em operação no País e para atração de novas empresas de olho no potencial de uma nação que tem mais da metade da sua população sem acesso a serviços bancários. Estamos muito otimistas com o fortalecimento do ecossistema de fintechs nos próximos anos no País, o que poderá tornar o Brasil um mercado tão interessante para os investidores internacionais quanto outros que vêm liderando esta tendência de criação de novas modalidades de crédito e serviços financeiros sustentados pelas novas tecnologias para diversas finalidades, entre eles a própria Suécia, minha pátria”, disse.
Para justificar o entusiasmo ele faz uma comparação entre o Brasil e seu país de origem informando que na Suécia, que conta com 10 milhões de habitantes, a plataforma FintechStartupsCo contabiliza 54 iniciativas fintechs. De acordo com estudo da TechEU, a Suécia é o terceiro maior da Europa em investimentos em fintechs, sendo que 2 de cada 3 investimentos realizados nos países nórdicos nos últimos anos foram em empresas suecas.
O Brasil, com uma população de 209 milhões de pessoas, soma 453 startups focadas em soluções financeiras, segundo o Radar FintechLab. Um estudo feito pela Associação Brasileira de Fintechs e PwC Brasil revelou que 41% ainda não tiveram acesso a capital, o que mostra o volume de oportunidades para os investidores.
O sueco disse acreditar em uma onda de startups estrangeiras aterrissando no Brasil, principalmente de países como Reino Unido, França, Estados Unidos e empresas do Leste Europeu, trazendo na bagagem novas alternativas nos setores de crédito, pagamentos e bancos online.
“A se confirmar uma melhoria na economia e uma maior liberalização, o Brasil tem tudo para ser uma Suécia no mercado de fintechs”, profetizou.