A edição de outubro da revista Fintech Magazine, publicação global da empresa de mídia digital BizClik Media, tem como uma de suas reportagens mais importantes o projeto FemTech Partners, desenvolvido pela executiva Neha Mehta. O assunto ganhou notoriedade ao ser apresentado por ela durante o evento Money 20/20 Ásia.
A matéria reconhece que houve um aumento notável no número de mulheres trabalhando no setor de fintech nos últimos anos. No entanto, o texto ressalta que são necessárias mais ações para incentivar uma maior diversidade.
Ao falar sobre a conferência em que apresentava o projeto, Mehta mostrou na prática o problema ao qual sua iniciativa se propõe a ajudar a resolver.
“Às vezes estou em eventos como esse, no painel ou apenas participando, e percebo que há quatro ou cinco mulheres em uma audiência de 500 pessoas ou mais”, disse.
Dos desafios enfrentados pelas mulheres que buscam avançar no setor, Mehta aponta para duas áreas: o acesso ao financiamento necessário para iniciar um negócio e a maior necessidade de educação sobre as habilidades tecnológicas necessárias.
Com relação ao primeiro desafio ela afirma que a falta de apoio de colegas é um fator chave: “Há muito mais empresários do sexo masculino e fundadores de startups”, pondera. Ela acrescenta que em função disso eles podem acessar mais facilmente os contatos existentes no mercado para discutir oportunidades de financiamento e crescimento.
Já a superação da segunda barreira foi descrita pela fundadora do FemTech Partners como um desafio mais amplo. “Na minha opinião, a operação fintech é mais sofisticada que a tecnologia. Não vemos os mesmos níveis de participação feminina porque muitas mulheres não se sentem tão à vontade com coisas como blockchain, IA ou robótica, por exemplo”, diz.
Segundo ela, essa é uma questão totalmente atrelada à educação que as jovens recebem. “Felizmente existem exceções. Na Índia, por exemplo, muitas mulheres são muito boas com TI e tecnologia. Se você olhar para escolas de TI e instituições educacionais na Índia, elas são muito bem equilibradas, com quase 50/50 de presença entre homens e mulheres. Isso é muito bom e é um sinal do que está por vir, mas ainda temos um longo caminho a percorrer”, finaliza.