Plataforma Blockchain do BC para autorizações no sistema financeiro começa a operar

O Banco Central anunciou ontem (1) o início das operações da Plataforma de Integração de Informações das Entidades Reguladoras (Pier). A solução usa tecnologia blockchain para propiciar o compartilhamento instantâneo entre as bases de dados de diversos órgãos. Ela foi constituída com o objetivo de agilizar os processos de autorização do sistema financeiro.

De acordo com nota enviada à imprensa, inicialmente participam da solução o Banco Central (BC), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Superintendência de Seguros Privados (Susep).  Já a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) está iniciando testes para se integrar o mais brevemente possível à plataforma.

“O fator de maior relevância que a Pier proporciona é qualitativo”, afirma José Renato Barros, gerente do Projeto IntegraBC, que implementa novo modelo operacional para as autorizações demandadas por instituições financeiras ou potenciais empreendedores do Sistema Financeiro Nacional (SFN). “A riqueza de informações, disponibilizadas em tempo real, agiliza os processos de autorização dos pedidos das instituições financeiras”, complementa.

Segundo o texto, a partir da Pier, toda vez que uma instituição entrar com pedido de autorização no Banco Central, o Departamento de Organização do Sistema Financeiro do BC poderá consultar:

•    dados de processos punitivos e de restrições de empresas e administradores, para averiguação de idoneidade;

•    histórico de atuação no sistema financeiro, para checar a conduta e a capacidade técnica do pleiteante;

•    informações sobre as participações de pessoas físicas e jurídicas no capital social e no controle acionário, para cumprimento da legislação.

Com a automatização, consultas analógicas que poderiam levar até um mês passam a ocorrer em segundos. Uma consulta antes feita entre dois reguladores por meio de ofício acontece agora online. “Isso possibilita a redução drástica do prazo de avaliação dos requerimentos e desonera os participantes do atendimento a pedidos de informações que antes demandavam procedimentos manuais”, avalia Daniel Bichuette, chefe adjunto no Departamento de Organização do Sistema Financeiro, do BC.