O Banco Central informou quarta-feira (13) que o Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (LIFT) recebeu 67 inscrições de projetos para a sua 3ª edição. O número é duas vezes maior que o da edição passada. Foram recebidas ideias de todas as regiões do Brasil, além de quatro projetos do exterior. A próxima etapa da iniciativa prevê um período de seleção dos inscritos que ocorrerá durante todo o mês de maio.
Segundo nota divulgada para a imprensa, uma análise preliminar mostra uma evolução na maturidade das propostas em relação às inovações tecnológicas. De acordo com Aristides Cavalcante Neto (foto), um dos coordenadores do LIFT, as iniciativas podem acelerar a inclusão de uma parcela significativa da população brasileira no setor financeiro, provendo acesso a serviços básicos como pagamento digital e crédito.
Além disso, muitas iniciativas trazem propostas de aplicações inovadoras que fazem uso de um ecossistema de Open Banking, o Sistema Financeiro Aberto. “Isso pode favorecer a criação de novos serviços financeiros e a redução de custos de serviços existentes, tão logo o Open Banking seja uma realidade”, explica.
Um dos critérios para a aceitação de projetos no LIFT é a aderência à Agenda BC#, pauta de trabalho centrada na evolução tecnológica com o objetivo de desenvolver questões estruturais do sistema financeiro. A iniciativa traz quatro dimensões de trabalho que, juntas, buscam promover a democratização financeira: competividade, educação, inclusão e transparência. Dos 67 projetos inscritos em 2020 no LIFT, 49 citam competitividade como uma das esferas abordadas.
Na avaliação de Aristides, um dos principais desafios dessa edição do LIFT tem sido justamente o processo de seleção dos projetos, em função da alta qualidade das propostas. Outro desafio a ser superado está na necessidade de montar a infraestrutura dos projetos com os parceiros de tecnologia de uma maneira inteiramente remota. Esse desafio, porém, deve ser superado com facilidade, uma vez que o LIFT sempre teve uma proposta de trabalho inteiramente digital. “Alguns instrumentos de trabalho remoto que estamos utilizando hoje em larga escala no Banco Central, como por exemplo reuniões remotas e áreas de colaboração, já são uma realidade para o Laboratório desde a sua primeira edição”, disse.