Fintech amplia ofertas de royalties musicais após Bob Dylan render US$ 300 mi

As concessões de direitos autorais, que permitem a investidores diversificarem seu portfólio aplicando em royalties musicais, têm crescido rapidamente e, no final de dezembro, alcançaram um grande marco.  A venda de 100% do catálogo de Bob Dylan, composto por mais de 600 composições, rendeu algo em torno de US$ 300 milhões e é considerada a maior operação de direitos de publicação musical da história.

No Brasil, uma das primeiras operações deste tipo aconteceu em outubro do ano passado e teve como alvo as obras do cantor Paulo Ricardo. A fintech Hurst Capital, plataforma de investimentos em ativos alternativos, responsável pela oferta decidiu abrir uma segunda oportunidade relacionada a este artista em janeiro e ampliou a oferta para nomes como o do compositor de MPB e Bossa Nova, João Luiz de Avellar, e o autor de sucessos do sertanejo e do pagode, Philipe Rangel Santos de Castro, conhecido como Pancadinha.

Dados do relatório anual da IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica) mostram que a receita total do mercado mundial de música gravada cresceu 8,2%, subindo para US$ 20,2 bilhões em 2019. A receita de streaming atingiu US$11,4 bilhões, respondendo por mais da metade do faturamento (56,1%). Ao todo havia cerca de 341 milhões de usuários de serviços de streaming pagos no final de 2019, sendo a América Latina a região que mais cresceu, 18,9%. O Brasil registrou um incremento de 13,1% em streaming. Hoje o Brasil ocupa a 10ª posição no ranking de maiores mercados de música no mundo com US$ 327 milhões em música gravada.

A fintech afirma que somente “Olhar 43”, de Paulo Ricardo, registra mais de 20 milhões de plays no Spotify. “A cada execução pública de uma música do portfólio, os royalties são pagos para os titulares dos direitos autorais e conexos. A rentabilidade da operação advém exclusivamente do número de execuções”, explica o CEO da Hurst, Arthur Farache.

A nova oportunidade de investir neste artista iniciada na primeira semana de janeiro, tem uma rentabilidade estimada de 12,62% ao ano no cenário base, com prazo de 78 meses.  Já no caso de Avellar, a Hurst adquiriu os royalties de obras e fonogramas de mais de 5.200 músicas e estima retorno de 13,79% a.a. (líquido de fees e bruto de impostos) com um múltiplo de aproximadamente 1,53x e um horizonte de investimento de 78 meses.

Finalmente, no caso de Pancadinha, que é conhecido por composições, como “Largado as Traças”, “Bebi Liguei”, “Carrinho na areia”, “Chave e Cadeado” e outras. Os pagamentos mensais de royalties geram o retorno esperado para operação de 13,00% a.a. (líquido de fees e bruto de impostos) com um múltiplo de aproximadamente 1,50x e um horizonte de investimento de 78 meses.