À medida que se aproxima a data para a realização do leilão para concessão das faixas de radiofrequência do 5G no Brasil, crescem as análises sobre as possibilidades que essa nova tecnologia trará para o ecossistema fintech. Neste sentido, o Instituto Propague, iniciativa criada pela Stone com o objetivo de expandir o debate sobre o mercado de pagamentos no país, acredita que haverá um impulso ao desenvolvimento de novos serviços com tecnologias que requerem a transmissão de um alto volume de dados, unindo a inteligência artificial, Big Data e a Internet das Coisas.
De acordo com artigo publicado pela instituição, a aplicação do 5G no mundo das fintechs também permitirá a expansão dos wearables e outros dispositivos como canais para realizar transações, indo muito além dos smartphones. Com um óculos VR, por exemplo, o consumidor poderia escanear um produto no supermercado e pagar por ele apenas com movimentos dos olhos ou comando de voz. “Um exemplo do que pode surgir são soluções de aconselhamento financeiro em tempo real por inteligência artificial (bots) com um nível de precisão cada vez maior”, diz o texto.
O estudo afirma ainda que a implantação do 5G no Brasil trará um forte impacto na inclusão financeira já que as empresas ganhadoras no leilão serão obrigadas a investir na cobertura de sinal em todos os municípios brasileiros. Assim, quem mora em regiões rurais e ainda não tem acesso à internet 4G será beneficiado com a expansão da rede, o que significa novos potenciais usuários de serviços de pagamentos.
Com a expansão das contas digitais de baixo custo e o desenvolvimento do Pix, os canais digitais se tornaram o principal meio de inclusão financeira. No entanto, a dificuldade em acessar a internet rápida é um dos empecilhos para que as populações em municípios menores, especialmente na área rural, possam tirar proveito da revolução digital em pagamentos.
O instituto cita um estudo da consultoria PwC, segundo o qual. O 5G pode ter um impacto de até US$ 86 bilhões no PIB global de serviços financeiros até 2030. Na América Latina, a projeção é de US$ 1 bi até 2025, e US$ 3 bi até 2030.