‘Apagão’ nas redes sociais fizeram bancos deixarem de ganhar 12 mil clientes

Ao ficarem fora do ar há duas semanas, o Facebook e o Instagram acabaram revelando a importância destas redes sociais  no processo de conquista de novos clientes pelas instituições financeiras. Dados divulgados pela Inflr, startup de marketing de influência que atua na maximização do alcance de campanhas, incluindo ações com bancos, mostram que cerca de 12 mil contas deixaram de ser abertas durante as oito horas que duraram este ‘apagão’.

O levantamento leva em conta os acessos diários de cada campanha e quantos clientes aderem a um banco a partir dela. Cada campanha veiculada tem, em média, 5 milhões de impressões por dia, com taxa de adesão de aproximadamente 0,73%, de acordo com a empresa. “Durante o apagão, estimamos 1,7 milhão de impressões perdidas, ou seja, mais 1 milhão e meio de usuários deixaram de ser impactados”, diz o diretor da Inflr, Thiago Cavalcante.

Segundo ele, nos últimos meses, os bancos iniciaram uma disputa para ver quais deles têm, à frente de suas campanhas, as celebridades e influenciadores digitais mais impactantes, tanto no cenário nacional quanto internacional.

O apresentador Luciano Huck se tornou, recentemente, membro do conselho consultivo do Banco Pan, enquanto as atrizes Tata Werneck e Marina Ruy Barbosa foram denominadas embaixadoras dos bancos Next e Safra, respectivamente. Para especialistas em marketing, tais ações demonstram uma preocupação maior dos bancos – especialmente os digitais – em fortalecer suas marcas tornando-as mais humanizadas, colocando pessoas que já possuem grande afinidade com o público para atuar de forma mais intensa dentro das instituições.

Outros três casos recentes chamam a atenção tanto pelo viés que cada campanha adotou, quanto pelo alcance dos influenciadores escolhidos. Um deles é o do C6 Bank. Em comemoração aos 10 milhões de clientes atendidos em dois anos de existência, o banco escolheu a top model Gisele Bündchen como embaixadora da empresa e seus produtos futuros.

Em peça veiculada nos diversos canais de comunicação, ela se apresenta de “cara limpa”, fora das passarelas, com um discurso forte pregando transparência e afinidade com os serviços da instituição financeira. Rapidamente surgiram comentários na internet de que a campanha era uma resposta a outro banco digital, o Nubank, que havia anunciado a inclusão da cantora Anitta como membro do Conselho Administrativo da empresa. Tais ações ilustram bem a diferença entre contratar um influenciador digital para campanhas pontuais e fechar parcerias duradouras com os embaixadores das marcas.

Thiago Cavalcante afirma que essa estratégia não só dá mais resultado no quesito alcance, como também é essencial para a reputação de uma empresa. “Com a dedicação maior de um influenciador, a marca ganha a confiança que o consumidor deposita naquela determinada pessoa, principalmente quando se trata de estrelas com reconhecimento internacional. E quanto mais sincera e transparente se mostra essa relação, melhor é o desempenho de uma campanha”, diz.