A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou ontem (27) um relatório sobre a evolução do mercado brasileiro de crowdfunding. Segundo o estudo, no final do ano passado, o país contava com 56 plataformas para operar neste modelo de negócios cadastradas na autarquia, o que significa um crescimento de 75% em relação ao montante de empresas existentes no ano anterior.
Com relação ao volume captado, o crescimento foi de 123%, passando de R$ 84 milhões em 2020 para R$ 188 milhões em 2021. O valor também é 22 vezes superior aos R$ 8 milhões captados em 2016 pelas sociedades empresárias de pequeno porte, ano anterior à edição da norma pela CVM, além de registrar novo recorde no valor médio de captação por oferta, que atingiu R$ 1.651.411,29 (aumento de 45%).
Os dados coletados pela Autarquia também revelam evolução de 139% no número de novos investidores, de 8.275 em 2020 para 19.797 em 2021.
O Superintendente de Supervisão de Securitização da CVM, Bruno Gomes, afirma que o mercado de crowdfunding vem se desenvolvendo e apresentando crescimento de forma significativa nos últimos anos, com destaques em 2021.
“O maior entendimento pelo público investidor e o incremento do uso da tecnologia pelas plataformas para facilitar o investimento são alguns fatores para essa evolução”, explica .
Junto com o estudo a CVM também anunciou a edição da nova regra para crowdfunding: a Resolução CVM 88. Segundo o documento, além do aumento no limite de captação para até R$ 15 milhões, a norma amplia para R$ 40 milhões o limite de receita bruta que define o conceito de sociedade empresária de pequeno porte.
O Superintendente de Desenvolvimento de Mercado da CVM, Antonio Berwanger, argumenta que foram estabelecidas medidas adicionais de proteção dos investidores como contrapartida aos aumentos dos limites de captação. “O resultado é uma regra mais robusta, porém ainda possibilitando o dinamismo esperado nesse tipo de mercado”, comentou.