A OneBlinc, fintech fundada por executivos brasileiros nos Estados Unidos especializada em produtos financeiros com débito em folha de pagamento no mercado norte-americano, acaba de anunciar sua chegada oficial ao Brasil. O objetivo é viabilizar a disseminação de um modelo de avaliação de crédito mais preciso e inclusivo sobre a capacidade de pagamento e solvência dos clientes dos bancos, varejistas e fintechs do país.
A estratégia da empresa tem como base os benefícios oferecidos pela plataforma OneBlinc Data HUB, que disponibiliza diversas APIs e assim permite a bancos, varejistas e fintechs integrarem fontes alternativas de dados diretamente em seus motores de decisão de crédito. A solução processa múltiplos pontos de dados alternativos, incluindo informações de operadoras de celulares, históricos de emprego, renda e até dados do aparelho celular do cliente em busca da melhor decisão de crédito. “São mais de 60 de integrações com bases alternativas de dados, 3mil pontos de dados sendo processados, higienizados, digeridos e integrados aos modelos dos parceiros. Com o DataHUB, os bancos e varejistas tem um ponto único de integração: a OneBlinc”, diz Gustavo Simões, CTO da fintech.
O co-fundador e CEO da OneBlinc, Fabio Torelli, afirma que o mercado brasileiro está pronto para essa revolução na decisão de crédito. “O Brasil está avançando e se aproximando dos mercados mais maduros em termos de tecnologia, regulação e utilização de dados alternativos. O Banco Central tem evoluído em regulações mais sólidas para o mercado de crédito. O e-Social, em breve, deve se tornar uma grande câmara de compensação de crédito consignado no setor privado, assim como já acontece no setor público. Com tecnologia e regulamentação andando juntas, é possível criar um mercado mais seguro, saudável e de melhores opções para os clientes no país, especialmente os de baixa renda. O Crédito Consignado Privado no Brasil pode duplicar em 3 ou 4 anos. Ganha o consumidor, ganha a economia e ganha a sociedade como um todo,” afirma.
Entre as funcionalidades do Data Hub se destaca o “Renda Real”, que fornece informações precisas sobre o histórico de emprego e renda dos clientes, sejam eles empregados CLTs formais, microempreendedores ou trabalhadores de aplicativos como Uber, iFood e 99. Ao todo são mais de 60 milhões de CPFs na base de dados.
Segundo Simões, o “Renda Real” permite que instituições financeiras enriqueçam seus processos de decisão de crédito, pautados há décadas em modelos obsoletos de “renda-presumida” dos consumidores. O executivo acrescenta que os bureaus de crédito tradicionais oferecem em larga escala aproximações de renda para todo o mercado brasileiro, ainda com grandes imperfeições e margem de erro, o que prejudica a concessão de crédito no país. Ele informa que atualmente, cinco grandes bancos estão em negociação para adoção da solução, que promete transformar a abordagem dos modelos de decisão de crédito e democratizar o acesso aos diferentes produtos de crédito oferecidos no mercado.
“Estamos entusiasmados em trazer nossa tecnologia e experiência para o Brasil. Nos Estados Unidos, nossa abordagem baseada em fontes alternativas tem permitido que muitos consumidores, antes excluídos, tenham acesso a crédito. Estamos confiantes de que poderemos replicar esse sucesso no Brasil, ajudando ainda mais pessoas a alcançarem suas metas financeiras, diz.
Apesar de anunciar o início de suas operações no país oficialmente agora, a OneBlinc já tem entre outros investidores, o Bradesco. O banco brasileiro participou da Série A de aportes no início de 2022, no valor de US$ 20 milhões, e tem fomentado a troca de experiências entre os executivos das duas empresas, a fim de aderir a novas tecnologias já consolidadas em outros mercados.