Banco Central aprova dois casos de uso do Drex propostos pelo consórcio ABBC

Transações com Cédula de Crédito Bancário (CCBt) e Crédito colateralizado em títulos públicos (Smart Contract para uso de Ativos como Garantia) foram os dois casos de uso propostos pelo consórcio da ABBC (Associação Brasileira de Bancos) para a 2ª fase do piloto Drex que receberam a aprovação do Banco Central.

Segundo a presidente da ABBC, Sílvia Scorsato, as diretrizes do Consórcio ABBC estão alinhadas com as do Banco Central na implementação do Drex, dentro da agenda de inovação. O objetivo é ampliar o acesso da população a produtos financeiros com menores custos, além de promover maior concorrência e eficiência no sistema financeiro.

“Este grupo está sendo fundamental para ampliar a participação de instituições financeiras no desenvolvimento do Drex, promovendo um ambiente plural. Acreditamos que essa troca de experiências e conhecimentos é essencial para construir um sistema financeiro mais moderno e acessível a todos”, afirma.

O diretor de Inovação e Serviços da ABBC, Euricion Murari, explica que as propostas enviadas pelo Consórcio ABBC seguiram algumas premissas relevantes pela pluralidade das suas Associadas. “Buscamos propostas que fossem aderentes e comuns a todas as nossas instituições financeiras, e que pudessem ter a maior possibilidade de aplicações de acordo com as características individuais de negócio”, diz.

Conheça os cases aprovados

Transações com Cédula de Crédito Bancário (CCBt)

O caso de uso envolve a emissão de um token de Cédula de Crédito Bancário (CCB), sua negociação no mercado (por meio de um swap bilateral da CCB tokenizada por determinada quantidade de reais tokenizados) e sua liquidação no vencimento, com a devida compensação financeira.

A Cédula de Crédito Bancário (CCB) foi escolhida como ativo por ser amplamente negociada no mercado financeiro atualmente, sendo comum nas operações da maioria das instituições.

Ela oferece diversas possibilidades de aplicação, como, por exemplo:

  • Garantia para aumento de limite de cartão de crédito.
  •  Investimento fracionado para pessoa física, ampliando o acesso a produtos e diminuindo o valor mínimo de entrada.
  • Aquisição de bens de consumo / Garantia para compras parceladas (varejo) sem necessidade de cartão, oferecendo melhores condições.
  • Transferência de CCB entre credores (podendo ser outra instituição financeira ou não).
  • Captação de recursos em operações internacionais / com bancos estrangeiros.
  • Crédito consignado, com menor custo para emissão e operação.

Crédito colateralizado em títulos públicos (Smart Contract para uso de Ativos como Garantia)

O caso de uso engloba o desenvolvimento do smart contract que viabilize o uso de ativos tokenizados como garantia em operações. A ideia é inicialmente trabalhar com Títulos Públicos Federais (TPFs) já utilizados na primeira fase, como garantia em operações.

Neste caso, são enxergadas três principais funções: Bloqueio do ativo (os ativos permaneceriam atrelados à carteira do cliente final, mas teriam negociação ou resgate impossibilitados); Liberação do ativo (parcial ou total, conforme condições predefinidas quando o ativo foi dado como garantia); e Liquidação do ativo (execução da garantia, com transferência do ativo para a carteira da instituição financeira).

Atualmente composto por 18 participantes, sendo 15 instituições financeiras, o Consórcio ABBC é liderado pelo Banco Ribeirão Preto (BRP) e conta com a participação das seguintes IFs: ABC Brasil, Agibank, BBC Digital, BMG, Banco PINE, Banrisul, BOCOM BBM, BS2, C6 Bank, Efí Instituição de Pagamento, Original/PicPay, PagBank, Pan e Stone Instituição de Pagamento. Além dessas, o consórcio também agrega as empresas BBChain, BIP e Microsoft.