A plataforma de ativos digitais Mercado Bitcoin (MB) e o Prata Digital, fintech especializada em concessão de crédito pessoal, anunciaram a estruturação do primeiro token de Renda Fixa Digital (RFD) lastreado em títulos de consignado FGTS na modalidade de saque-aniversário. Os ativos foram emitidos pela QI Tech, fintech de infraestrutura para serviços financeiros. A operação totaliza R$50 milhões e sua comercialização foi dividida em tranches.
A expertise do MB Corporate, área do ecossistema do MB especializada em tokenização, foi utilizada para estruturar o produto, enquanto o Prata Digital é responsável pela originação de crédito. A rentabilidade dos token-holders estará associada à antecipação do FGTS de saque-aniversário. Assim, segundo a empresa, o ativo revoluciona o universo de investimentos a partir da tokenização: no mercado tradicional, apenas grandes bancos ou gestoras de FIDCs têm acesso a essas aplicações. Agora, o alcance se expande ao varejo.
A QI Tech atuou como bancarizadora das CCBs para os clientes finais do Prata Digital. Ela é a responsável por conceder crédito, dado a sua licença de SCD (Sociedade de Crédito Direto), para os clientes finais que desejam antecipar os seus recursos acumulados no FGTS. Recentemente, a empresa recebeu o rating A+(bra) pela Fitch, além de ter se tornado o primeiro unicórnio brasileiro de 2024.
Dentre as características do produto estão rendimento de CDI + 1,5% e o prazo de 77 meses. O token pode ser adquirido a partir de R$ 100,00. Por estar incluído na modalidade de RFD, o potencial de retorno é superior a 14% ao ano. Vale destacar que o FGTS constitui um conjunto de ativos que já movimentou mais de R$1 trilhão em recursos entre seis anos e cinco meses.
“Em pouquíssimo tempo, colocamos de pé um produto inédito, que permite ao investidor de varejo participar dos recebíveis de consignado de saque-aniversário”, afirma Reinaldo Rabelo, CEO do MB.
“O MB vem se consolidando cada vez mais como um player complementar aos demais estruturadores de crédito. Enquanto o mercado está mais acostumado a olhar dívidas corporativas, o MB Corporate se especializou nos últimos anos a oferecer para o cliente pessoa-física, ou ‘carne e osso’ como gostamos de brincar aqui, os créditos estruturados e pulverizados com um perfil de risco x retorno bastante vantajoso. Geralmente esses produtos costumam ficar no portfólio das tesourarias de bancos ou dos FIDCs, com pouco acesso do varejo e condições menos atrativas que as nossas”, complementa Alexandre Reda, head de estruturação e produtos do MB Corporate.
O Prata Digital é um dos principais originadores de crédito FGTS no Brasil e, em 2020, atuou como um dos pioneiros no consignado de saque-aniversário, expandindo a usabilidade do Fundo de Garantia. Atualmente, a empresa é líder em originação nesta modalidade, com um volume de R$1,2 bilhão, total considerado recorde no mercado.
“Quando analisamos os percentuais de uso do saque-aniversário, mais de 60% das antecipações foram repassadas para instituições financeiras. A atuação em conjunto com o MB nos permitiu democratizar esse mercado por meio da Renda Fixa Digital, de modo a alinhar rentabilidade e segurança ao investidor, além de diversificação à carteira. E esse é só o começo”, diz Eduardo Mauro Prates, CEO do Prata Digital.
A estruturação do ativo foi realizada em apenas 45 dias, um processo que sem o uso da Web3 pode levar até quatro meses. A operação foi concluída no sábado (17 de agosto), enfatizando a eficiência e agilidade do uso da tecnologia blockchain, descentralizada e em funcionamento 24/7, traz ao mercado.
A parceria com o Prata Digital integra a estratégia do MB de expandir a presença B2B por meio da tokenização de ativos corporativos, de modo a facilitar o acesso ao mercado de capitais.
Para ocupar segmentos “subatendidos” pelo mercado de crédito privado brasileiro, principalmente para transações de até R$ 100 milhões, o MB possui uma abordagem estratégica realizada por meio da tecnologia blockchain.
Tornando a operação mais eficiente e econômica, a tokenização permite ao MB reduzir o tempo de captação de recursos em até três vezes quando comparado ao mercado tradicional.