Taxa de juros do consignado privado deve ser definida pela competição

O Secretário de Reformas Econômicas, Marcos Barbosa Pinto, acredita que não será necessário estabelecer em lei um teto para a taxa de juros no crédito consignado privado. Sua expectativa é de que este mercado atraia uma competição acirrada que por si só irá autorregular as taxas. As declarações foram dadas durante o Uqbar Day, fórum de discussão sobre inovação financeira, em São Paulo, que ocorreu nesta quinta-feira, dia 24.

 “O crédito consignado existente no setor público é atualmente um setor que já vive esta disputa pelo cliente que exige aos competidores a prática de condições cada vez mais favoráveis ao cliente. Acredito que isto vai acontecer também no caso do consignado privado”, disse. Barbosa Pinto reforçou a avaliação de que o produto pode representar uma grande revolução no mercado ao reduzir significativamente o custo de crédito para pessoas físicas.

Para Fábio Torelli, CEO da da techfin Oneblinc, que trabalha com dados alternativos para a concessão de crédito, o uso intensivo de tecnologia será essencial para a definição da taxa de juros e gestão de riscos da carteira dos bancos. “Conceder crédito com lastro no salário e FGTS exige conhecer o perfil do solicitante no mercado de trabalho. E, nesse sentido, a análise de dados alternativos se torna ainda mais importante. Ganhará a competição quem encontrar a melhor equação combinando preço, prazo e experiência do cliente”, explica.

Para definir qual risco está correndo, por exemplo, a instituição financeira precisa saber quanto tempo a pessoa está naquele emprego, se ela costuma não permanecer na mesma empresa por muito tempo, entre outros questionamentos. “São perguntas que podem ser respondidas através de uso intensivo de dados alternativos, usando bases de dados como a Carteira de Trabalho Digital, LinkedIn, Open Finance e afins”, lembra.