A Hand Talk, startup especializada no uso de inteligência artificial para acessibilidade digital, está anunciando o lançamento do Dicionário Financeiro em Libras. O projeto, realizado por meio do programa TD Impacta – uma iniciativa do Tesouro Direto e da B3, em parceria com a Artemisia, tem o objetivo de ampliar o acesso à educação financeira no Brasil, representando um passo significativo na democratização do conhecimento econômico e beneficiando mais de 2 milhões de pessoas surdas que dependem exclusivamente da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para acessar informações essenciais.
Segundo Christianne Bariquelli, Superintendente de Educação na B3, esse lançamento exemplifica o compromisso com a transformação social ao promover educação e autonomia financeira para a comunidade surda. “Sabemos que ainda há espaço para evoluir as soluções de educação financeira em termos de inclusão, e a B3 está comprometida em contribuir ativamente com essa transformação. A criação do dicionário é um passo importante para tornar o tema mais acessível, catalogando termos fundamentais. Temos orgulho de realizar esse projeto ao lado da Hand Talk — uma das startups destaque do TD Impacta na frente de Inovação Aberta — e de promover, com essa iniciativa, mais acessibilidade para milhares de pessoas todos os meses.”
O Dicionário Financeiro em Libras, disponível no aplicativo da Hand Talk, apresenta mais de 120 sinais que vão desde conceitos básicos até termos mais complexos do mercado financeiro. Por meio de personalização, os usuários poderão ajustar a velocidade da sinalização, visualizar os personagens em 360° e compartilhar os sinais, tornando o aprendizado mais interativo e acessível. O dicionário inclui ainda a vídeo aula “Hugo Ensina – Finanças”, com mais de 30 sinais que explicam conceitos fundamentais de finanças e investimentos, com foco em renda fixa, como o Tesouro Direto. O material também está disponível no canal do YouTube da Hand Talk, ampliando o alcance e o impacto do projeto.
O dicionário busca proporcionar ferramentas inovadoras para a compreensão de conceitos financeiros, permitindo que a comunidade surda se aproprie de conteúdos que antes eram de difícil acesso. Ronaldo Tenório, CEO e cofundador da Hand Talk, destaca a diversidade por trás do projeto: “O dicionário foi desenvolvido por uma equipe diversificada, composta por linguistas, surdos e ouvintes, e visa garantir que a educação financeira seja acessível para todos. Estamos felizes por ter participado desse programa. O objetivo é deixar um legado que inspire a inclusão, fortalecendo a cultura de acessibilidade e dando à comunidade surda o poder de participar ativamente da economia.”, comenta.
Outro destaque do projeto é a implementação do Hand Talk Plugin no site do Tesouro Direto. A solução utiliza tecnologias avançadas de Processamento de Linguagem Natural (NLP) para traduzir automaticamente textos e descrições de imagens para Libras, ampliando o acesso de pessoas surdas às informações. Além disso, contribui para o aprimoramento de modelos de inteligência artificial voltados ao setor financeiro, garantindo traduções mais precisas e contextualizadas.
A Hand Talk é uma empresa que ajuda a quebrar a barreira de comunicação por meio da tecnologia. É premiada internacionalmente como Melhor Aplicativo Social pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pioneira no uso de inteligência artificial para acessibilidade. Em 2024, atingiu a marca de 3,3 bilhões de palavras traduzidas. Companhias como Chevrolet, Hershey ‘s, LG, Sodexo, Samsung e PwC fazem parte da carteira de clientes da startup. No início de 2025, foi adquirida pela Sorenson, líder global em soluções de comunicação para pessoas surdas e com deficiência auditiva e uma das maiores empresas de tradução do mundo.
Impacto no mercado e na economia
A iniciativa pretende impactar cerca de 12 mil pessoas por mês, fortalecer a cultura de acessibilidade nas instituições parceiras e alcançar 50 mil requisições de sinais financeiros mensais. Com a previsão de tradução de 250 mil palavras por mês, o projeto busca atingir um público cada vez maior, ampliando o alcance da educação financeira inclusiva. Além dos números, Tenório ressalta o impacto social mais amplo: “Estamos falando de milhões de pessoas que movimentam a economia. A inclusão financeira não só transforma a vida dessas pessoas, mas também gera um impacto positivo para as empresas e para o país como um todo”.