B3 mostra a financiadores e tomadores de crédito soluções de duplicatas eletrônicas

Com a realização do painel “Duplicata escritural: Valor que vai além da regulação”, durante o Febraban Tech, a B3 apresentou ao público soluções para apoiar as empresas, tanto para os tomadores de crédito quanto para os financiadores, nas mudanças relacionadas ao mercado de duplicatas eletrônicas.

A Bolsa entende que se trata de um segmento com grande potencial de crescimento, diante de um novo cenário regulatório, que trará maior confiabilidade e segurança, a partir do registro desses ativos em uma câmara autorizada.

A Resolução nº 339 do Banco Central estabelece que as companhias com faturamento anual superior a R$ 300 milhões serão as primeiras que precisarão registrar eletronicamente esses ativos se quiserem usá-los para a tomada de crédito, seguindo um calendário de médio e longo prazo. Esse processo será gradualmente estendido para as médias e pequenas empresas.

Atualmente, o mercado negocia duplicatas, mas somente os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) são obrigados a registrar esses ativos, o que pode resultar em riscos como duplicidade, erros administrativos e fraudes. Com a nova regulamentação, a B3 surge como uma plataforma confiável que validará esses instrumentos perante os pagadores, protegendo todos os envolvidos e reduzindo custos administrativos.

Vale lembrar que a duplicata está associada a quase todo tipo de pagamento e pode ser usada para antecipação de recursos ou como garantia de empréstimos.

“O registro eletrônico das duplicatas trará ganhos operacionais e de transparência. A partir disso, temos uma série de oportunidades na esteira de crédito e gostamos de olhar a jornada completa do cliente, oferecendo ferramentas para a tomada de decisão. Ideia é ajudar as empresas a escolherem as melhores formas de financiamento, aproveitando o ecossistema da B3”, afirma Humberto Costa, diretor de Produtos da B3.

Segundo ele, trata-se de um pilar estratégico para a B3, que envolve outras empresas do grupo, como Neoway, Neurotech e PDtec, que podem atuar com a análise de dados e sistema de cobrança, por exemplo.

“Já somos líderes no registro de duplicatas mercantis no país e estamos prontos para expandir ainda mais nossa atuação, nos aproximando e ouvindo as necessidades das companhias”, afirma Costa. Ele ressalta que a bolsa está desenhando uma jornada com o mínimo de atrito para emissores, pagadores e financiadores, na qual estará presente em todas as etapas: concessão do crédito, registro da duplicata, operação de crédito, liquidação e monitoramento.

O segmento de duplicatas movimenta cerca de R$ 10 trilhões por ano no Brasil. Atualmente, apenas 10% dos títulos emitidos são negociados, o que oferece um vasto espaço para avanços significativos.

A importância da conectividade eficiente e os desafios trazidos pela Reforma Tributária também impactam diretamente o mercado de crédito. A integração de novas tecnologias e a participação ampliada do mercado de capitais proporcionam mais alternativas para captação de recursos e oportunidades de rentabilidade para os investidores.