Pesquisa revela que nove em cada dez profissionais querem trabalhar em startup

De acordo com um levantamento feito pela consultoria Michael Page e divulgado ontem (23), nove em cada dez profissionais estão dispostos a trocar o tradicional ambiente corporativo por uma startup. O estudo revelou ainda que a maior parte deles inclusive aceitaria diminuir seus ganhos financeiros para realizar essa transição. Os números mostram que sete em cada dez executivos estão dispostos a abrir mão de parte do salário em troca de maior flexibilidade de horário e por acreditarem em uma maior qualidade de vida para atuarem em novos modelos de negócio.

“As startups estão vindo com propostas inovadoras e isso tem chamado muito a atenção de executivos que atuam no mercado tradicional. Além de modelos disruptivos e dinâmicos, essas empresas oferecem a possibilidade de profissionais se destacarem e crescerem junto com elas. É um tipo de desafio que tem despertado o interesse de muitos executivos, de olho não apenas em remuneração, mas em outros aspectos, como flexibilidade de horários e em estruturas mais enxutas e menos hierarquizadas. Tem sido um diferencial na hora de atrair grandes talentos do mercado”, analisa Genis Fidelis, gerente da Michael Page.

Em nota enviada à imprensa a empresa informou que a pesquisa foi realizada em março deste ano contando com a participação de cerca de 1000 executivos de alta e média gerência para entender a relação desse público com as startups.

O levantamento também procurou saber se os profissionais estariam dispostos a responder para um presidente de startup mais novo que eles. De acordo com 96% dos participantes, eles se sentiriam bem em lidar com essa questão ante 4% contrários à subordinação de um presidente mais jovem.

A pesquisa buscou entender dos executivos se o perfil profissional deles estava adequado para trabalhar em uma startup. Foram 94% os que se julgaram apropriados para embarcar em um novo modelo de negócios enquanto 6% informaram que não possuem as características ideais para vagas desse gênero.

Outros aspectos foram identificados no levantamento. Oito em cada dez respondentes julgaram-se aptos tecnicamente a liderar um projeto de startup. Há um grupo de 63% apostando que ainda há muito o que acontecer no mercado de startups. E, ainda, 54% creditam que há preconceito dos executivos de startups com profissionais de idade mais avançada.

Por sua vez, o trabalho mostrou que as startups não têm poupado esforços para atrair profissionais qualificados. De acordo com dados da Michael Page, a procura por analistas, especialistas, coordenadores e gerentes cresceu 50% até março deste ano frente o mesmo período do ano anterior. Ainda de acordo com a consultoria, os cargos mais demandados foram Customer Hapiness, Marketing de Performance, Marketing de Transformação Digital e User Experience.

“As startups querem profissionais orientados ao desafio e à inovação. Buscam pessoas dedicadas ao negócio e orientadas ao resultado. Os executivos com boa formação técnica, de bons relacionamentos e perfil analítico, são os mais desejados por essas empresas”, explica o consultor. O salário médio para executivos de porte gerencial desses níveis está em torno de R$ 18 mil.

O consultor explica ainda que, para aqueles que ainda pretendem migrar para esse universo, há alguns cargos que devem ser mais demandados nos próximos anos. “Há expectativa de alta demanda para posições mais sêniores como gerentes sêniores de canais digitais, gerentes sêniores de UX e Customer Success Managers”, conclui.