O que é fato e o que é fake sobre o Pix automático

(*) Por Beatriz Neiva

Faltam poucos meses para a chegada do Pix Automático no Brasil e muitas dúvidas ainda pairam sobre o assunto. Apesar de o Pix já ser bastante popularizado, tendo movimentado R$ 15,3 trilhões em 2023, em outubro será disponibilizado aos usuários a possibilidade de programar os pagamentos, eliminando a necessidade de realizar transferências recorrentes manualmente.

O Pix Automático será um facilitador e ajudará na diminuição da inadimplência, evitando esquecimentos e atrasos. Por ser uma solução nova, existem algumas dúvidas a respeito do que é fato e o que é fake entre as informações que circulam. Entre elas as que se destacam são as seguintes:

1- Zero tarifa: Fato!

O Pix automático se mantém gratuito para o consumidor, assim como para microempreendedores individuais (MEI) e empresários individuais (EIs). “Ser um método gratuito aos usuários é uma das premissas do Pix. Nessa nova etapa, a solução segue sem cobranças em busca de facilitar a vida dos usuários”, explica a Co-Founder e Head of Growth da Aarin.

O Banco Central autoriza a aplicação de taxas apenas para pessoas jurídicas que não se encaixarem como MEI ou EI, mas cada instituição financeira determina como será e o valor dessa cobrança. De qualquer forma, segundo a especialista, ainda é um valor mais vantajoso comparado a outros métodos de pagamento.

2- Poderá ser usado para pagamentos recorrentes: Fato!

O princípio do Pix Automático é descomplicar o pagamento de contas recorrentes. Com isso, além de ajudar as pessoas evitarem possíveis esquecimentos, diminui a inadimplência e promove menos atrasos nos pagamentos de boletos.

O usuário poderá utilizar o Pix Automático para todo tipo de transação considerada fixa, como escola, condomínio ou plataforma de streaming.

3- O Pix manual é mais seguro do que o Pix Automático: Fake!

Em ambos os formatos, os padrões de segurança são os mesmos, determinados pelo Banco Central e baseados em quatro etapas: autenticação do usuário, tráfego seguro de informações, rastreabilidade de transações e regras de funcionamento. Por exemplo, as instituições precisarão autorizar os limites máximos de transferência, com base no perfil de risco de clientes, mas os próprios usuários também poderão ajustar os valores.

Hoje, o Pix é um dos métodos mais seguros existentes, e seu regulamento projetado pelo BC foi feito para reduzir os riscos de fraudes. Sendo assim, independente do formato, seja automático ou manual, o Pix possui respaldo de alta segurança”, explica.

4- O Pix Automático substituirá o TED: Fake!

Não há previsão de o Pix Automático substituir o TED oficialmente. Apesar de ser possível agendar pagamentos via TED, essa modalidade não permite programar pagamentos recorrentes — justamente o diferencial do Pix Automático. Portanto, a princípio, as soluções coexistirão.

Além disso, a adesão do TED no mercado ainda é alta. Apesar de o Pix ser o meio de pagamento mais utilizado do Brasil atualmente, o TED ainda lidera em valores transacionados, somando R$ 40,6 milhões em 2023, conforme dados da Febraban.

Beatriz ressalta também que o Pix Automático será um modelo de pagamento, não apenas um meio de transferência, podendo ser ofertado para pagamento até mesmo de empréstimos.

5- O Pix Automático será operável entre diferentes instituições financeiras: Fato!

Tal qual o Pix tradicional, o automático poderá ocorrer entre diferentes bancos e instituições financeiras, sem intercorrências e sem taxas. O padrão de pagamento segue o mesmo: o valor é transferido e cai na mesma hora na conta do destinatário. A diferença é que, neste modelo, você poderá programar o dia e horário da transferência recorrente.

(*) Beatriz Neiva é Co-Founder e Head of Growth da Aarin