De acordo com dados publicados ontem (27) pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a propensão dos micro e pequenos empresários (MPEs) em tomar crédito teve um avanço de 20% em fevereiro quando comparada ao mesmo mês do ano passado. O indicador registrou 24 pontos em 2019 contra os 20 pontos de 2018.
O estudo revelou também que há muito espaço a ser explorado pelas fintechs neste segmento já que 32% dos empreendedores consideram o processo de contratação de crédito difícil ou muito difícil. Entre esses, 62% apontam como principais problemas a burocracia e as exigências dos bancos. Outros 43% acreditam que os juros altos sejam um grande impeditivo.
Segundo a pesquisa, 41% dos empresários pretendem investir em seus negócios nos próximos três meses, um aumento de 8% em relação ao mesmo mês em 2018. Entre os empresários que devem investir, 55% objetivam o aumento das vendas, 30% buscam atender ao aumento da demanda e 26% pretendem adaptar sua empresa às novas tecnologias.
A principal finalidade para esses recursos será a compra de equipamentos (37%). Em seguida, 25% busca reformar a empresa e 19% ampliar seus estoques. Questionados sobre a origem dos recursos para investimento, 52% mencionam o capital próprio mantido na forma de poupança; 15% o capital próprio oriundo da venda de algum bem e 23% os empréstimos em bancos e financeiras.
“A diferença de nível entre o Indicador de Demanda por Crédito e a Propensão para o Investimento sugere que muitas das melhorias dos negócios são feitas com recursos próprios”, destaca o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior. “Este cenário se forma em decorrência das taxas de juros, ainda elevadas, e do desconhecimento das MPES quanto às modalidades existentes no mercado com condições e taxas menores para este segmento”, acrescenta o presidente do SPC Brasil.