A redução da taxa média cobrada pelas adquirentes sobre cada transação de cartão de crédito ou débito e a diminuição do prazo para pagamento das transações são apenas duas das mudanças que teriam ocorrido no mercado de pagamentos como fruto da atuação das fintechs. O estímulo à produção deste tipo de transformação seria um dos principais papéis desempenhados pelas startups financeiras no setor.
Esta foi uma das constatações do painel “Pagamentos cada vez mais digitais: Fintechs, e-wallets, marketplace”, realizado no Fintech View.
O debate foi moderado por Boanerges Ramos Freire, da consultoria Boanerges & Cia, que abriu os trabalhos apresentando a evolução das formas de pagamento no Brasil e projetando que até 2028 os meios eletrônicos vão atingir a metade da movimentação das famílias brasileiras. Isto deixará o dinheiro em espécie com um percentual próximo de 21%. Este percentual atualmente corresponde justamente ao uso das formas digitais de realizar as transações.
Rogério Pagliari, da Rappi, declarou que por enquanto o papel principal das fintechs neste cenário é o de ser desafiante. Trazer as coisas novas. “Mas isso não significa que não podemos ser os protagonistas no futuro”, afirmou.
A opinião foi compartilhada por Rodrigo Furiato, do Mercado Pago. “As fintechs empurram as empresas tradicionais para a mudança”, disse sendo acompanhado por Mauricio Carvalho, da Husky. “Objetivo principal é quebrar a inércia”, disse.
Já Felipe Gonçalves, da PayU, chamou a atenção para o impacto que será sentido pelo setor com a consolidação dos pagamentos instantâneos e do uso das criptomoedas. No caso dos pagamentos instantâneos, ele prevê que nos próximos três anos haverá uma corrida para ganhar um público maior nesta modalidade, tendo como segmentos mais fortes o C2C e num segundo plano o B2B.
Já com relação á moedas digitais, Gonçalves comentou que está acontecendo um movimento de grandes players entrando para dar confiabilidade e regulamentação neste processo, tendo como grande alavancador a iniciativa Libra, do Facebook. “Isto vai começar a democratizar o uso deste instrumento como meio de pagamento e o Brasil vai ter um papel importante porque é o terceiro maior usuário de Facebook no mundo”, concluiu.