A possibilidade trazida pelo open banking de que os bancos disponibilizem suas APIs para que outras empresas criem serviços integrados a eles pode ter no sistema financeiro um impacto semelhante ao que a internet teve para as comunicações. A opinião foi apresentada pelo diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso, em palestra no FintechView.
O representante do BC revelou que o sistema brasileiro de open banking terá o modelo inglês como inspiração, com a diferença de que a solução nacional não deve optar pelo estabelecimento de uma entidade controla como ocorre no Reino Unido. “A manutenção de uma instituição como essa acaba sendo bastante custosa para a indústria e não queremos seguir por este caminho “, disse.
Damaso explicou que a estratégia de regulação do instrumento está definida para acontecer da forma mais transparente e participativa possível com a realização de duas camadas de consulta pública.
A primeira delas já está acontecendo e tem como foco ouvir as opiniões das entidades representativas de setores interessados no tema. “Escolhemos dez pontos que precisamos observar com maior atenção e estamos chamando as associações para debater cada um deles”, disse.
O próximo passo, que Damaso anunciou para acontecer em breve, será a convocação de uma consulta pública aberta quando qualquer pessoa poderá apresentar suas considerações.
Mas antes do open banking, o BC deve consultar o mercado ainda neste ano sobre a norma para registro eletrônico de duplicatas. Para Damaso, o registro de títulos de dívida em infraestruturas de mercado, como as da B3, deve impulsionar a oferta de crédito para pequenas e médias empresas no país nos próximos anos.
Outro assunto de regulação do BC que vai para consulta pública nos próximos meses é o sandbox regulatório.