Uma pesquisa realizada no início do ano junto a executivos bancários de países da América Latina como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru revelou que a relação entre bancos tradicionais e fintechs é vista majoritariamente como complementar. De acordo com o estudo realizada pela The Economist Intelligence em parceria com a Mambu, apenas 22,5% destes profissionais veem as startups que fornecem carteiras digitais como concorrentes, enquanto 52,9% acreditam que estas empresas sejam parceiras.
Segundo uma reportagem sobre o assunto publicada pelo portal TI Inside, empresas de pagamento como Apple Pay e Paypal também aparecem como parceiras, sob o principal argumento de que elas seriam responsáveis por aumentar os pontos de venda e fortalecer o ecossistema de pagamentos digitais. Para 87% dos respondentes, as fintechs estão forçando os bancos a repensarem como os serviços financeiros são fornecidos e alavancar infraestruturas digitais para melhorar a eficiência operacional.
De acordo com 84% dos executivos ouvidos, a pandemia forçou o setor a repensar como dirigir seus negócios. Ainda segundo o estudo, 98% dos executivos de bancos da região afirmam que suas organizações têm uma estratégia digital e 50% categorizam a implementação desta estratégia como avançada. A pesquisa foi realizada com o objetivo de explorar a jornada dos bancos em direção à digitalização e entender como a pandemia da covid-19 influenciou nesse processo.
Entre executivos de grandes bancos (com ativos de US$ 1 bilhão ou mais), 40,3% responderam que sua estratégia digital está muito avançada. Já os respondentes de bancos menores e cooperativas de crédito (com ativos abaixo de US$ 1 bilhão) caracterizaram sua transformação como em “bom progresso”.
A avaliação dos executivos é otimista sobre os compromissos das organizações para digitalizar suas operações – 40% deles acredita que verá uma aceleração na sua estratégia de transformação digital como um resultado da pandemia, provavelmente causado por mudanças nos clientes, comportamentos e novas demandas. E que, inclusive, já é possível identificar algumas mudanças geradas pela crise sanitária, como a grande aceitação de pagamentos digitais, principalmente como resultado da maior adoção do e-commerce.
Eles apontam, contudo, barreiras que incluem riscos de migração de dados para novas infraestruturas de TI, que não são facilmente implementadas no meio de uma crise, e a falta de alinhamento entre as organizações.