Os primeiros seis meses de 2021 registraram um volume de investimentos em fintechs 13 % maior em todo o mundo em comparação com o montante acumulado nos últimos seis meses de 2020. Segundo o relatório “Números recentes de investimentos em fintechs: do global ao regional”, produzido pela KPMG, os valores passaram de 87 trilhões de dólares no ano passado para 98 trilhões de dólares entre janeiro e junho deste ano.
Segundo o estudo, a pandemia e as medidas que os países precisaram adotar para lidar com os efeitos da covid-19 tiveram um impacto positivo na aceleração digital, na transformação das organizações e, principalmente, na taxa de criação e desenvolvimento das empresas digitais, estimulando os investimentos no setor.
“Como resultado da crise sanitária, as medidas de isolamento social se tornaram impulsionadoras de algumas das tendências globais que já estavam sendo realizadas gradativamente e que, em função da pandemia, se aceleraram e se tornaram os pilares de uma nova realidade. Este cenário afetou diversos setores da economia, como os serviços financeiros e o segmento de fintechs”, afirma o sócio-líder de serviços financeiros da KPMG na América do Sul, Ricardo Anhesini.
Neste cenário, entre os principais estímulos para a realização de transformações no mercado, podem-se destacar os seguintes: o reconhecimento de que os comportamentos digitais dos consumidores vieram para ficar; o maior interesse dos investidores por uma gama mais ampla de subsetores associados às fintechs; o surgimento de criptomoedas (moedas digitais descentralizadas) e do blockchain (sistema que permite rastrear o envio e recebimento de alguns tipos de informação pela internet); e a realização de operações de fusões e aquisições como ferramenta fundamental neste processo de mudança das empresas para companhias digitais.
O levantamento também mostra que a América do Sul se adaptou às tendências globais e as estatísticas de investimentos em fintechs são expressivas. No primeiro semestre deste ano, alguns negócios firmados por empresas locais conseguiram ocupar as primeiras posições nos subsetores.
O relatório apontou ainda que a região está em pleno crescimento e desenvolvimento em termos de startups de produtos financeiros. O número de bancos digitais e das empresas associadas aos subsetores deste mercado cresceu de maneira acelerada, especialmente no que se refere aos meios de pagamento a partir de investimentos privados e daqueles realizados por meio de capital de risco e de novas fusões e aquisições, que se tornaram uma modalidade crescente após a pandemia.
“Embora as perspectivas sejam promissoras, os efeitos nocivos da pandemia sobre as economias da América do Sul não devem ser subestimados. Com a melhora no ritmo de vacinação da maioria dos países e a implementação das medidas de combate aos impactos da pandemia, a expectativa é de que o processo de recuperação econômica acabe pressionando a taxa de investimento local no curto e médio prazos, beneficiando a dinâmica associada às empresas de tecnologia e permitindo que a região aumente a participação nos investimentos em fintechs”, finaliza o sócio.