A ABBC – Associação Brasileira de Bancos lançou, ontem (5), em São Paulo, o Selo Mais Mulheres na Liderança, outorgado às instituições associadas que possuem duas ou mais mulheres em cargos de direção, de acordo com os dados públicos disponibilizados pelo Banco Central do Brasil (BCB).
Das 120 instituições associadas à ABBC, 25 delas receberam o Selo. “Queremos mudar o cenário atual, promovendo e incentivando uma maior participação das mulheres na liderança do mercado financeiro. Várias de nossas instituições associadas vêm trabalhando o tema de equidade de gênero. E o reconhecimento desse trabalho, por meio da concessão do Selo, serve como incentivo e inspiração para os demais”, diz a presidente da ABBC, Sílvia Scorsato.
Segundo o estudo Panorama Mulheres, publicado em 2023 pelo Talenses Group em parceria com o Instituto Insper, a participação de mulheres em diretorias executivas de empresas de capital aberto foi de apenas 21% em 2022.
Ter mais diversidade na liderança é fundamental não apenas para o crescimento sustentável, mas também para o aumento dos resultados das empresas. É o que evidencia o estudo feito pela Diversity Matters Even More, da consultoria McKinsey, realizado em diversos países incluindo o Brasil e divulgado em 2023: empresas com equipes executivas diversificadas em termos de gênero têm 39% mais probabilidade de superar a performance de seus pares no desempenho financeiro, uma curva ascendente desde 2015, quando a probabilidade era de 15%.
O evento da entrega do Selo contou com a participação de Denise Hills como palestrante, que possui 30 anos de experiência no mercado financeiro e atua como Conselheira em diversas organizações como CEBDS, Rede Brasil do Pacto Global, Fundação Dom Cabral e Fiesp. “Este prêmio representa o reconhecimento e a concretização de um direito das mulheres. Ao compartilharmos conhecimento e espaço, promovemos um mundo melhor para todos, porque um mundo melhor para mulheres é um mundo melhor para toda a sociedade.”, declarou.
Sílvia Scorsato ainda destacou que espera que as empresas do segmento financeiro estejam abertas à diversidade não apenas por política de inclusão, mas também porque existem muitas profissionais qualificadas no mercado. “Não se trata de cumprimento de cotas. todos sabemos que existem muitas mulheres competentes para ocupar os cargos executivos de qualquer instituição.”
E completou: “Seria inadmissível pensar em uma empresa ou instituição que aceita líderes, de qualquer gênero, apenas para o atingimento de um percentual. As empresas simplesmente têm que estar dispostas e preparadas para receber profissionais, sem preconceito.”
O prêmio foi concedido às seguintes instituições:
Banco ABC Brasil, Banco Afinz, Banco BMG, Banco BS2, Banco Crédit Agricole, Banco Credit Suisse, Banco Daycoval, Banco do Estado do Pará, Banco do Estado do Rio Grande do Sul, Banco Fibra, Banco Genial, Banco Inter, Banco Mercantil do Brasil, Banco Mizuho do Brasil, Banco Sofisa, Bank of America Merrill Lynch, BNDES, Citi, ID Corretora, Iugu, Ouribank, Socinal, Stone Pagamentos, Travelex, Tribanco.
Signatária dos Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPs), da ONU, a ABBC vem promovendo diversas ações em benefício da equidade de gênero junto ao mercado, realizando programas sobre liderança feminina para o setor financeiro, podcasts e lives sobre o tema, bem como doações, mentorias e capacitação em gestão para organizações da sociedade civil que atuam na valorização da mulher, qualificação profissional feminina e no apoio educacional e moradia ao público feminino em situação de vulnerabilidade.
“Nosso propósito é reconhecer a importância da criação de ambientes inclusivos e equitativos para que as mulheres possam prosperar em suas vidas e carreiras”, afirma Carolina Gladyer Rabelo, diretora Jurídica, Governança e Educação Executiva da ABBC.
