Captação de recursos via crowdfunding cresce 451% após regulamentação pela CVM

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou ontem (29) que os investimentos via Crowdfunding permitiram a captação de pouco mais de R$ 46 milhões em 2018, o que representa um crescimento superior a 451% em relação aos R$ 8.3 milhões registrados em 2016, quando ainda não havia regulamentação específica pelo órgão.

De acordo com nota enviada à imprensa, neste período, o número de investidores na modalidade registrou uma alta de, aproximadamente, 716% passando de 1.099 para 8.966, enquanto as ofertas fechadas com sucesso evoluíram de 24 para 46.

Já o valor médio de captação por oferta passou de R$ 347.621,82 para R$ 1.000.137,83, no mesmo intervalo de tempo.

Com regras estabelecidas pela Instrução CVM 588, o Crowdfunding de Investimento é uma alternativa que possibilita que empresas com receita anual de até R$ 10 milhões realizem ofertas por meio de financiamento coletivo na internet com dispensa automática de registro de oferta e de emissor.

O Superintendente de Desenvolvimento de Mercado (SDM), Antonio Berwanger informou que em relação às plataformas que oferecem o serviço, elas eram quatro em 2016, e o montante alcançou 14 em 2018.

“Até o fim deste mês, a expectativa é que esse número chegue a 18. Para proteger os envolvidos, uma das condições previstas pela Instrução CVM 588 é que este tipo de oferta somente ocorra por meio de plataformas que passaram pelo processo de autorização junto à Autarquia”, disse.  

Os dados também revelam que o número médio de investidores por oferta cresceu de 31 (em 2016) para 195 (em 2018). Consequentemente, o investimento médio por investidor era de R$ 7.591,38 e, em 2018, passou a ser de R$ 5.131,20.

 “A regulamentação do Crowdfunding de Investimento foi estratégica para a ampliação e a melhoria da qualidade dos instrumentos de financiamento para empresas em fase inicial e com dificuldades de acesso ao crédito e à capitalização, entretanto, que são vitais para a geração de emprego e renda na economia”, completou Berwanger.