As longas filas vistas todos os dias nas agências da Caixa para a retirada do auxílio emergencial de R$ 600 destinado pelo governo federal para amenizar os efeitos da pandemia do Covid-19 poderiam ser reduzidas e até eliminadas rapidamente caso as fintechs fossem usadas como canal de distribuição do benefício. A opinião é de representantes das startups financeiras que participaram ontem (27) do UOL Debate, evento promovido pelo portal UOL com o objetivo de analisar o papel executado pelo ecossistema fintech durante essa crise.
A iniciativa teve a participação de Ricardo Dutra, CEO do PagSeguro, Eduardo Neger, presidente da Abranet (Associação Brasileira de Internet); Tulio Oliveira, vice-presidente do Mercado Pago; Fabiano Camperlingo, CEO da SumUp no Brasil; e Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.
Dutra declarou que o PagSeguro, por exemplo, poderia fazer os R$ 600 chegarem nas mãos dos necessitados em questão de dias, e não de semanas como está ocorrendo atualmente. Sua opinião é justificada com o argumento de que a fintech teria maior facilidade de chegar aos microempreendedores individuais, por exemplo, porque ela já trabalha com este público no dia-a-dia da operação.
Para o representante da Abranet, a participação das fintechs no pagamento do auxílio emergencial ajudaria na descentralização do serviço e consequentemente na relação entre governo e cidadão.
A possibilidade de contar com as fintechs no pagamento está nos planos do Governo. Já existe até aprovação do Congresso neste sentido. Durante a discussão os representantes do Mercado Pago, PagSeguro e SumUp confirmaram a existência de entendimentos com a Caixa para que isto aconteça.
“Nós não tivemos ainda nenhuma definição em relação a essa contratação com a Caixa. Estamos sempre em contato, mas ainda nada definido”, disse Dutra
O presidente da Abranet, chamou a atenção para a necessidade de agilizar esta definição. “Enquanto estamos debatendo aqui, existem milhares de pessoas que estão na fila. Estamos desperdiçando uma grande infraestrutura”, sentenciou.